Retalhos de minha história com São João Paulo II

A Igreja  vê em João Paulo II, o exemplo de um santo que marcou profundamente a história da humanidade.

Eu tive a graça de conhecê-lo e encontrá-lo pessoalmente mais de uma vez. Nos anos que vivi na cidade eterna, por motivo de estudos, convivi perto dos efeitos extraordinários deste grande homem. Quando cheguei a Roma pela primeira vez (1996), já estava ciente de que se tratava de um período profundamente importante para a Igreja por causa daquele papa. Na primeira visita à cidade, eu e outros colegas seminaristas fomos à Praça de São Pedro no Vaticano. Fiquei maravilhado com a beleza arquitetônica e ainda mais extasiado quando atravessei os umbrais da Basílica Vaticana, a Basílica de São Pedro! Já dentro do imenso templo, entre as belíssimas esculturas e o clima orante, percebi uma movimentação e algumas portas se fechando. Para nossa surpresa se tratava de uma situação fora do comum, o papa resolveu receber pessoalmente alguns peregrinos poloneses e celebrar com eles a Santa Missa. Não era previsto. Havíamos entrado na Basílica sem nenhum bilhete convite, o que é costume nas grandes celebrações pontifícias. Por providência, lá estava eu, no meio do grupo de poloneses e à minha frente o Sumo Pontífice. Era a primeira vez que o encontrava. Durante a celebração, não entendi uma palavra sequer – tudo em polonês, mas a emoção de estar perto do papa fez valer a pena!

Em várias outras ocasiões fiquei impactado pelo testemunho dele. Ao sair de carro, entre sorrisos e partilha com seu secretário, na época apenas padre, Estanislaw Dziwisz… Nas multidões oceânicas durante as audiências públicas na Praça São Pedro ou na Sala Paulo VI. Morar em Roma trouxe-me o privilégio de ‘acostumar-me’ com uma presença paterna e amiga do Santo Padre João Paulo II.

No ano 2000, Ano Jubilar, várias ocasiões me brindaram a chance de aprender com nosso João de Deus. Durante a JMJ – Jornada Mundial da Juventude, à frente de uma delegação de 75 jovens (25 de Portugal, 50 do Brasil) juntamente com a comunidade canção nova, pude emocionar-me quando na última noite, no campus da Universidade Torvergata, João Paulo II cantou EMANUEL com mais de dois milhões de jovens. O que fazia com que jovens do mundo inteiro (incluindo não-católicos) se acotovelassem para encontrá-lo? Vá a uma JMJ e compreenderás!

Mas foi no dia 4 de Dezembro de 2000, eu com 54 dias de diaconato (fora ordenado em Roma, no dia 12 de Outubro), fui escolhido para servir ao altar de sua Santidade o Papa João Paulo II. Uma emoção única. Tocou-me a função de preparar e entregar-lhe o cálice santo para a celebração. Além disso, pude elevá-lo ao seu lado enquanto o ouvia entoar Por Cristo, com Cristo, em Cristo. Privilégio maravilhoso, emoção inesquecível, sensação indescritível. Ao saudá-lo no abraço da paz, senti-me honrado e responsabilizado por ter estado perto de um homem tão singular. Um santo!

Três anos mais tarde – jovem sacerdote, no dia do meu aniversário natalício, tive a chance de encontrar-me mais uma vez com Karol Wojtyla, papa octogenário, enfermo porém lúcido. Ao entrar em sua sala no Vaticano, saudei-o com palavras em sua língua natal. Ele ficou surpreso com um padre brasileiro balbuciando a língua de sua querida polônia. Seus olhos azuis como o manto de Maria me penetraram bem fundo. Ao beijar-lhe o Anel do Pescador senti pesar sobre meus ombros uma grande responsabilidade: fui alguém que teve a chance de aprender muito com um santo.

A comunidade Coração Fiel tem João Paulo II como seu inspirador principal. Com ele dizemos a nós mesmos e ao mundo – através dos meios de comunicação: “Não tenhais medo! Abri as portas a Cristo Salvador!”.

Seu irmão,

Pe. Delton Filho

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