A obesidade infantil é uma doença crônica que se tornou um grave problema de saúde pública, algumas vezes por questões genéticas, mas quase sempre acompanhada por aspectos social e comportamental como sedentarismo e má alimentação. A obesidade pode ser definida como o excesso de gordura corpórea, sendo que estudos tem mostrado que crianças obesas apresentam 2 vezes mais riscos de se tornarem adultos obesos.
Podemos citar alguns fatores que são determinantes para o desenvolvimento da obesidade na infância, como o desmame precoce e alimentação complementar com alimentos inadequados, o uso de fórmula infantil com diluição incorreta, distúrbios de comportamentos alimentares e principalmente a rotina alimentar da família com excesso de alimentos não saudáveis.
O diagnóstico de obesidade é clínico, através de avaliação antropométrica (peso, altura, IMC, dobras cutâneas, circunferências), exames complementares (lipidograma, testes glicêmicos, bioimpedância), e tabelas de referências da Organização Mundial da Saúde (OMS). Em casa, os pais podem observar na Caderneta da Saúde da Criança, os gráficos de IMC (obtido pela fórmula: peso dividido pelo quadrado da estatura – adequando entre 18,5 e 24,9kg/m² ou ≤+1≥-2 escores z) e os gráficos de Peso x Idade (≤+2≥-2 escores z: peso adequado para idade).
Sabe-se que a prevalência da obesidade, pode evoluir para doenças como dislipidemias, diabetes mellitus, doenças cardiovasculares, alterações ortopédicas, hipertensão e outras. Porém fatores psicológicos tem ganhado atenção redobrada, como por exemplo, o bullying, que é a intimidação por um colega ou grupos com apelidos constrangedores. Portanto, os pais precisam estar atentos aos sinais da criança, toda família precisa estar envolvida no tratamento, assim como todas as outras pessoas que façam parte do cotidiano dela.
O tratamento da criança obesa tem como base o exercício físico regular e uma alimentação balanceada, sem restrições exageradas, mas com moderação ao consumir alimentos ricos de gorduras e açucares, que inclusive é sugerido que evite comprar para toda a família, excluindo estes itens dos armários e geladeira. As receitas diferenciadas podem incentivar a ingestão de alimentos não habitual e também criar uma melhor relação com opções nutritivas.
Portanto, apesar dos números alarmantes de casos de obesidade infantil, sabe-se que o acompanhamento profissional para direcionar condutas tem apresentado ótimos resultados, assim como a participação familiar nas consultas e atividades do dia-a-dia da criança. Se desde a gestação a mãe faz escolhas adequadas de alimentos, após o parto amamenta por no mínimo 2 anos, e na alimentação complementar recebe e segue orientações corretas, os riscos de obesidade na infância e vida adulta serão bem menores.
Roberta Gomes Santos Leal
Nutricionista Infantil
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