Nós cristãos somos chamados “a ir ao sepulcro” vazio de Jesus para ter a “resposta” e tocar a “rocha” da fé: a Ressurreição. Foi o que afirmou o Papa Francisco na homilia presidida esta manhã, na Basílica de S. Pedro, em sufrágio dos cardais e bispos que morreram no decorrer do último ano. Cada um deles, disse o Papa, “recebe o olhar misericordioso do Pai.
Para recordar os rostos de amigos, colaboradores e irmãos desaparecidos nos últimos meses, o Pontífice partiu do instante inicial da fé cristã, quando conquista a sua unicidade, isto é, Jesus que deixa o sepulcro vivo depois da morte:
“Não nos impressiona que um mistério assim tão grande, tão decisivo, tão sobre-humano como o da Ressurreição tenha exigido todo o percurso, todo o tempo necessário, até Jesus Cristo. Ele pode dizer: ‘Eu sou a ressurreição e a vida’ porque Nele este mistério não somente se revela plenamente, mas se realiza, se torna pela primeira vez e definitivamente realidade.”
“A longa busca do povo de Deus” narrada no Antigo Testamento – que depois, afirma o Papa, é a busca de “todo homem” e de “toda a humanidade” – vive o seu “ápice” no evento da Ressurreição. Neste evento, prosseguiu, “cada um de nós é convidado a entrar”, a estar por primeiro “diante da cruz de Jesus, como Maria, como as mulheres, como o centurião”, para “ouvir o grito de Jesus e o seu último respiro”, o seu “silêncio” longo todo o Sábado Santo:
“E então nós somos chamados a ir ao sepulcro, para ver que a grande pedra foi retirada; para ouvir o anúncio: ‘Ele ressuscitou, não está aqui’. Ali está a resposta. Ali está o fundamento, a rocha. Não em discursos persuasivos de sabedoria’, mas na palavra viva da cruz e da ressurreição de Jesus (…) Se Ele não ressuscitou, a nossa fé é vazia e inconsistente. Mas como Ele ressuscitou, ou melhor, Ele é a Ressurreição, então a nossa fé é cheia de verdade e de vida eterna”.
E do enunciar a fé na Ressurreição, o Papa Francisco chega à recordação daqueles que, entre os cardeais e os bispos, foram chamados durante o ano de 2014 a ultrapassar a última barreira que separa a promessa de uma nova vida a partir de sua realidade. “A nossa oração – disse – se enriquece de sentimentos, de recordações, de gratidão pelo testemunho de pessoas que conhecemos com as quais compartilhamos o serviço na Igreja:
“Muitos de seus rostos nós conhecemos; mas todos, cada um deles, o Pai vê com o seu amor misericordioso. E junto com o olhar do Pai celestial, está também o da Mãe, que intercede por esses seus filhos tão amados. Junto com os fiéis que serviram aqui na terra possam desfrutar da alegria da nova Jerusalém”. (BF-SP)
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