Adultos Imaturos

Uma mãe gestante tem mui­tos anseios, dentre eles, ver seu filho nascer saudável e no tempo certo. Nem mais, nem menos. Quem já acompanhou de perto o drama de partos prematu­ros sabe da angústia dos pais e a sequela nas crianças. Entre crian­ças que nascem prematuras de 22 semanas o índice de sobrevivência é de 2% a 15%. Com 26 semanas sobe para 75%, mas não sem se­quelas graves, com os mais varia­dos transtornos e síndromes, má formação de membros e órgãos entre outras tantas tristes consequências. Obviamente, as causas de um parto prematuro são, geral­mente, alheias a vontade dos pais.

Tenho observado com cuidado e preocupação muitos adultos que caminham na vida adulta prema­turamente. Vivem pulando etapas da vida, não completam os tempos necessários. Passam de uma etapa para outra da vida sem completar o tempo.

Convivemos diariamen­te com uma geração de adultos imaturos, quer dizer, não madura­ram, não passaram pelo crivo do sofrimento a contento. As pessoas desprezam o valor do sofrimen­to – não se trata de masoquismo, ok? – não recolhem os frutos pre­ciosos que podemos colher dele.

Dentre as certezas desta vida, des­taco duas: o sofrimento e a mor­te. Quer você queira ou não, es­tas duas realidades sempre farão parte da vida de qualquer ser hu­mano, de todos, sem nenhuma exceção.

Tomando o sofrimento como uma certeza, precisamos aprender a conviver com esta re­alidade, sem fugas e nem maso­quismo. Há quem fuja do sofri­mento e há quem o procure. Não seja nenhuma destas duas pessoas.

Ouvi há pouco tempo em um pro­grama na TV Canção Nova o apre­sentador Márcio Mendes dizendo: “Está sendo provado? É tempo de provação? Então tire 10 na pro­va!”. É bem isto mesmo! Não quei­me etapas na sua vida, enfrente com coragem os sofrimentos.

Co­mecei dizendo do parto prematuro e das tristes consequências na vida de um bebê que sua gestão não foi a termo. Não seja um adulto prematuro que pula as etapas na vida, não completa os ciclos. Pes­soas que vivem mudam de trabalho geralmente fogem de sofrimentos. Pessoas que vivem saindo de um re­lacionamento amoroso para outro, geralmente não sabem lidar com as frustrações. Quando encontram um obstáculo não o enfrentam. Isto é grave!

Os problemas quase sem­pre se repetem quem precisa ficar mais fortes somos nós. Ou apren­demos a lidar com o sofrimento ou viveremos inconstantes. Mudanças são necessárias, mas avalie se você está mudando ou fugindo. É preci­so discernir estas duas realidades.

Aos que vivem o drama da imatu­ridade na vida adulta, digo: bus­que a constância. Seja constante em suas atitudes. Suporte o sol, suporte a provação, leve seus pro­jetos a termo, conclua seus pro­pósitos.

Suporte um pouco de hu­milhação, supere limites, não seja mole! Há quem goste da Bíblia para ler a alegria de que o Senhor é nosso pastor e nada irá nos fal­tar. Mas quero concluir com um chamado de Deus à constância:

“Considerai que é suma alegria, meus irmãos, quando passais por diversas pro­vações, sabendo que a prova da vossa fé produz a paciência. Mas é preciso que a paciência efetue a sua obra, a fim de serdes perfeitos e íntegros, sem fraqueza alguma. Se alguém de vós necessita de sa­bedoria, peça-a a Deus – que a todos dá liberalmente, com simplicidade e sem re­criminação – e lhe será dada. Mas peça-a com fé, sem nenhuma vacilação, porque o homem que vacila assemelha-se à onda do mar, levantada pelo vento e agitada de um lado para o outro. Não pense, por­tanto, tal homem que alcançará alguma coisa do Senhor, pois é um homem irreso­luto, inconstante em todo o seu proceder.” Tg 1, 2-8

 

Fiel Oblato Paulo Franco

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