Cidade do Vaticano (RV) – E damos prosseguimento ao nosso espaço dedicado a melhor conhecer as diferentes Comissões Episcopais que compõe a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, CNBB. No programa de hoje, vamos conhecer o trabalho da Comissão Episcopal Pastoral para a Comunicação.
A comunicação social da CNBB tem por objetivo animar e articular a comunicação na Igreja do Brasil, com os meios e os processos de comunicação, tendo presente a cultura e as linguagens geradas pela revolução das novas tecnologias que constituem o novo areópago para anúncio do Reino de Deus a todos os povos. Fazem parte da Comissão Dom Darci José Nicioli, Dom Devair Araújo da Fonseca e Dom Teodoro Mendes Tavares, além de alguns assessores. Entrevistado pela Rádio Vaticano, Dom Nicioli, Presidente da Comissão, traçou um breve quadro da comunicação católica no Brasil e falou do trabalho da Comissão:
“Eu tenho visto que há um trabalho imenso feito na Igreja em comunicação. E o Brasil neste sentido se distingue. Parece que são nove as emissoras de televisão que transmitem. Algumas delas, pelo menos quatro, grandes, a nível nacional, e outras regionais. São várias centenas de rádios a serviço. Olha as novas mídias, os portais da Igreja e a capilaridade da ação comunicativa da Igreja através da Pastoral da Comunicação da PASCOM nas comunidades, nas dioceses, nas paróquias. É um mundo imenso! E precisa de um bom maestro para isto. A Comissão Episcopal Pastoral para a Comunicação quer ser este maestro, de forma que não seja restritivo para ninguém e de maneira nenhuma uma Comissão que vai censurar o trabalho. Não, mas vai coordenar, vai animar, vai incentivar. É este o serviço que como Comissão devemos fazer. A palavra é articulação. É esta a minha função alí como Bispo, que fui encarregado pelos meus irmãos Bispos, deste trabalho de comunicação na Igreja”.
A CNBB pretende lançar um “selo de autenticidade” a ser conferido aos meios de comunicação católicos do Brasil, obedecidos alguns requisitos. Dom Darci falou a Silvonei José sobre esta iniciativa:
“Estamos pensando ainda. A ideia é muito incipiente. Mesmo porque não passou pelas instâncias da CNBB que decidem as ações das Comissões. Mas estamos pensando sim em promover um selo que eu estou chamando – não sei se é o nome mais apropriado – mas um “selo de autenticidade”, que a CNBB, através de suas várias Comissões, daria aos programas e à programação de todos os meios católicos, sejam eles impressos, sejam eles por rádio, por televisão, pelas novas mídias. Ainda não constituiu os critérios, os valores. Agora, quando nós falamos disto, a primeira ideia que pode vir: “Ah, então a CNBB vai querer censurar as televisões, as rádios”. Não! A intenção está longe disto. Muito pelo contrário! Mas vai querer sim, fazer com que cada um que exerce esta função em nome da Igreja, “alguém diz a televisão é católica, a rádio é católica”, que o faça em comunhão com a Igreja. Quer dizer, está havendo comunhão? Então a nota vai ser altíssima. Por ventura está havendo um desvio e não está havendo uma comunhão em termos de doutrina, em termos de liturgia, nas considerações morais da Igreja, nos documentos do Papa, etc, ora, então isto vai ser motivador, de forma que eu imagino que o meio de comunicação que se diz católico, vai querer então buscar esta maior unidade com a Igreja. Justamente para revelar aquilo que é o espírito que move aquele meio de comunicação, que é “ser Igreja”. Se é Igreja, a nota vai ser maravilhosa. Caso não, vai ser um chamado de atenção: “Atenção, porque vocês está se desviando, talvez devido ao corre-corre da vida, aos interesses”. Por exemplo, a manutenção econômica do meio de um comunicação é muito grande, é muito séria, é um desafio e às vezes as pessoas, então, se deixam perder e começam a fazer propaganda aí de matéria, de produtos, que precisa ter um pouco de reflexão com respeito à verdade sobre aquele produto. Não só porque aquele produto dá um retorno bom, financeiro, é que eu vou ser um vendedor de um produto que na verdade não serve. É um exemplo que eu dou, não? Então, é neste sentido. Eu acho que nós podemos ajudar os nossos meios de comunicação a serem de fato uma comunicação da Igreja, para a Igreja. Uma comunicação que anuncia a verdade de Jesus Cristo e não que fique correndo atrás de audiência simplesmente. Longe de nós! Se não nós vamos estar iguaizinhos aos outros meios não-eclesiais, que eles respondem à audiência. Não importa aquilo que transmitem. Importa que tenha gente vendo. Não! Acho que nós temos que falar muito mais especialmente a quem não quer nos ouvir. É este o nosso grande desafio”.
E em se tratando de comunicação e Igreja, não poderia faltar o Papa Francisco:
“Ô homem bom de comunicação! E quantas vezes ele foi citado aqui, justamente como exemplo de comunicador. Não um comunicador marqueteiro, que vende um produto. Ele não vende o Evangelho. Ele fala daquilo que ele acredita, ele fala daquilo que ele vive. É por isto que ele convence e que hoje é uma autoridade moral para o mundo inteiro”.
Fonte: Rádio Vaticano