Vocação é um dom gratuito de Deus, dado de forma particular para cada um. A palavra vocação (etimologicamente) deriva do verbo latino VOCARE que significa “chamar”. É a tradução do termo “vocatione” que quer dizer chamado, apelo, convite. Na raiz está “vox”, “vocis”,”voz”.
Vocação quer dizer chamado. A primeira vocação que recebemos é a vida. A segunda é o chamado à santidade que todo cristão recebe de Deus. Existem também as vocações específicas dentro de um campo profissional. Não se trata apenas de uma aptidão ou facilidade técnica para alguma profissão. Embora se use a mesma terminologia, a inclinação natural de uma pessoa para determinada profissão caracteriza-se apenas como um aspecto da vida.
Nós não existimos apenas para o trabalho. Há em nós uma semente de eternidade, uma sede de felicidade que quer se realizar em todas as esferas, não apenas no campo profissional. Deus está na origem de tudo. A Vocação é uma iniciativa Divina que vai se manifestando lentamente ao longo da vida.
À medida que nos permitimos perguntar sobre vocação, nos tornamos mais conhecedores daquilo que é desígnio Divino para nós. O ser humano não passa à existência apenas para somar-se aos demais. É assim que cada um de nós deve pensar quando tem a chance de avaliar a própria vida. Portanto, a vocação é o chamado do Pai por meio de Jesus Cristo na força dinamizadora do Espírito Santo.
Falar de vocação é falar de duas realidades, tanto a do homem como a Deus. A liberdade que parte de Deus, que é pai e que chama é absoluta e a liberdade do homem é a de quem escuta e responde este chamado. Quando se trata de vocação, a iniciativa sempre parte de Deus, porém essa resposta é a nossa, é de cada um, conforme o chamado que lhe foi feito. Não existe uma vocação melhor que outra, mas respostas melhores.
A vocação é um dom que precisa ser discernido com responsabilidade, porque uma vocação acertada torna nossa vida mais feliz. Não da para experimentarmos tudo o que Deus preparou, sonhou para nós longe do chamado que Ele nos fez. Seja para o matrimônio, celibato, sacerdócio ou consagração de vida. Precisamos responder ao chamado, que seja sim ou não, só não nos é permitido não responder e, lembro que dependendo da resposta que damos ao chamado, ao dom da vocação, que recebemos seremos mais ou menos felizes, mais ou menos capazes de viver tudo aquilo que Ele, o Senhor preparou para nós!
Não existe vocação sem desafios. Fomos feitos para grandes desafios porque nossa sede de felicidade não se esgota nas situações e fatos desta vida. Sonhamos algo que escapa às realidades do espaço e do tempo. Nosso anseio é respiro de uma alma eterna. Só Deus pode corresponder completamente a tudo isso. Não fomos nós quem escolhemos a Deus, Ele mesmo nos escolheu. (Conf. Jo 15,16). Portanto não existe felicidade, verdadeira, fora dEle!
Nosso caminho é o Amor. Somos fundamentalmente chamados para amar, para refletirmos a imagem e semelhança de Deus no mundo: amando, sendo “amor” como Santa Teresinha do Menino Jesus tão concretamente descobriu em sua própria vida, pela experiência, e por isso encontrou e viveu plenamente sua vocação particular na Igreja. Eu canto “O chamado que fizeste para mim, é maior do que eu, bem maior do que eu… o chamado que fizestes para mim e mais forte que eu… bem mais forte que eu…”. Porque assim eu sou, assim Deus me fez!