O medo é um mecanismo afetivo natural do ser humano que, em sua forma primária, tem gran­de serventia para a vida do homem. O medo te afasta do perigo quando, por exemplo, você vê um fio de alta tensão caído de um poste. O medo não te dei­xa passar perto, pois você associa logo o fio a eletricidade e consequentemente a um choque elétrico. O medo nos separa do perigo. É um mecanismo do corpo.

Acontece que temos criado fobia dos compromissos definitivos, como se coisas definitivas fossem perigosas, er­radas. Retome o conceito: o medo nos afasta do perigo. Se temos medo de algo podemos inferir que, para nós, o que tememos é perigoso, errado. Mas, por quê?

Fomos invadidos de forma nada sutil por um pensamento relativista, onde nada é absoluto e coisas definitivas são tidas como erro. Sempre esperamos que tudo atualize: nova versão do aplicati­vo, modelo novo do carro, a próxima versão do celular, a próxima reforma da casa, enfim, tudo é incompleto. Quando adquiro um novo produto, tenho uma certeza: o que está em minhas mãos é falho, imperfeito e logo será substituído por outra versão mais moderna. De for­ma ainda mais escandalosa, até a sexua­lidade foi banalizada: você é o que você sente. Se sentimento é base para defini­ção, tudo é líquido, nada mais é base. Sentimentos vem e vão com o vento.

Tomando como base este raciocínio, toda vez que alguém te disser: é para sempre, absoluto, completo, definitivo, tudo isso irá te assustar. Sempre virá a dúvida: e a próxima versão? E a atua­lização e melhorias? Este pensamento nos afasta das verdades de Deus, pois o Senhor não tem upgrade. O eterno não tem expansão, pois já é infinito. As leis de Deus são de ontem, hoje e sempre. Não tem nova versão dos 10 manda­mentos. Não existe ex batizado e a Pa­lavra de Deus não mudará uma vírgula.

Se Deus não muda, o que dEle posso esperar? Tudo! A verdade de Deus é inesgotável. Estamos tão acostumados ao passageiro que dificilmente o con­ceito do eterno entra em nossas mentes. O que é eterno não se acaba. Tanto você se aproximar de Deus, mais novida­des descobrirá dentro daquilo que não muda. Deus não muda e não se esgota, tanto mais buscar, mais terá de Deus!

Por que então temos medo de decisões definitivas? Isto é causado pelo fenôme­no do relativismo. Desenvolvemos este medo ao que é eterno. Nos ensinaram a pensar que é bom só o que muda. Por isso casamentos acabam depressa, pois bom é uma mulher nova por ano, quan­do na verdade o mistério do eterno é, por todos os dias da sua vida conquistar a mesma mulher.

Para ter uma vida plena e realizada, não adianta buscar atualizações constantes, vá direto na fonte do eterno, daquilo que não se esgota, do que é perene e ninguém pode tirar. Aprenda a partir de Deus a tomar decisões firmes em sua vida. A constância leva nossa vida ao sucesso e à felicidade. A inconstância nos destrói e nos faz em pedaços. Não fique pulando de galho em galho!