“A comunhão dos Santos é a Igreja”. Isso significa que a Igreja “é a comunidade dos pecadores salvos. Ninguém pode ser excluído da Igreja, somos todos pecadores salvos”, disse Francisco na Audiência Geral.
“São José e a comunhão dos santos” foi o tema da catequese do Papa Francisco na Audiência Geral, desta quarta-feira (02/02), realizada na Sala Paulo VI.
Francisco concentrou-se neste “importante artigo de fé que pode enriquecer a nossa vida cristã e também moldar da melhor maneira a nossa relação com os santos e com os nossos entes queridos falecidos”.
O santo é um intercessor
Mesmo quando confiamos plenamente na intercessão de um santo, ou ainda mais na Virgem Maria, a nossa confiança só tem valor em relação a Cristo. O vínculo que nos une a Ele e entre nós tem um nome específico: “comunhão dos santos”.
Isso deve ser claro. Tem gente que diz: “Eu não acredito em Deus, mas acredito neste santo”. Não, está errado. O santo é um intercessor, aquele que intercede por nós e o Senhor nos dá a graça por meio do Santo.”
A comunhão dos santos é a Igreja
Então, o que significa a “comunhão dos santos”? Perguntou o Papa. “A comunhão dos santos é a Igreja”. Isso significa que a Igreja “é a comunidade dos pecadores salvos. Ninguém pode ser excluído da Igreja, somos todos pecadores salvos. A nossa santidade é o fruto do amor de Deus manifestado em Cristo, que nos santifica amando-nos na nossa miséria e salvando-nos dela. Graças a Ele formamos sempre um só corpo, diz São Paulo, no qual Jesus é a cabeça e nós somos os membros”.
Amados irmãos e irmãs, a alegria e a tristeza que atingem a minha vida dizem respeito a todos, assim como a alegria e a tristeza que atingem a vida do irmão e da irmã ao nosso lado também dizem respeito a mim. Não posso ficar indiferente aos outros, porque estamos todos num só corpo, em comunhão. Neste sentido, o pecado de uma pessoa atinge sempre a todos, e o amor de cada pessoa atinge a todos. Em virtude da comunhão dos santos, desta união, cada membro da Igreja está ligado a mim de uma forma profunda, e este vínculo é tão forte que não pode ser interrompido nem mesmo pela morte.
Em Cristo ninguém pode realmente nos separar daqueles que amamos porque o vínculo é um vínculo existencial, um vínculo forte que está em nossa própria natureza; só muda a forma como estamos juntos, mas nada e ninguém pode quebrar esse vínculo. A comunhão dos santos mantém unida a comunidade de fiéis na terra e no Céu.
A devoção é uma forma de expressar o amor
“Neste sentido, a relação de amizade que posso construir com um irmão ou irmã ao meu lado, também a posso estabelecer com um irmão ou irmã no Céu. Os santos são amigos com quem muito frequentemente estabelecemos relações de amizade”, disse o Papa, acrescentando:
Aquilo que chamamos devoção a um santo, sou devoto deste santo, desta santa, aquilo que chamamos de devoção é na verdade uma forma de expressar o amor a partir deste mesmo vínculo que nos une. Na vida cotidiana pode-se dizer: “Mas, essa pessoa tem muita devoção aos seus velhos pais”: não, é uma forma de amor, uma expressão de amor. Todos sabemos que podemos sempre recorrer a um amigo, especialmente quando estamos em dificuldade e precisamos de ajuda. Todos precisamos de amigos; todos precisamos de relações significativas para nos ajudar a enfrentar a vida. Também Jesus tinha os seus amigos, e recorreu a eles nos momentos mais decisivos da sua experiência humana.
A propósito de amizade, Deus confiou a José “as coisas mais preciosas que Ele tem: o seu Filho Jesus e a Virgem Maria. Graças à comunhão dos santos nos sentimos próximos dos Santos e Santas que são nossos padroeiros. Esta é a confiança que nos deve animar sempre a recorrer a eles em momentos decisivos de nossa vida”.
Francisco concluiu, dizendo que “a devoção aos santos não é uma coisa mágica, não é uma superstição. É simplesmente falar com um irmão, uma irmã que está diante de Deus, que viveu uma vida justa, uma vida santa, uma vida modelo, e agora está diante de Deus. Eu falo com este irmão, com esta irmã e peço sua intercessão pelas necessidades que tenho”.