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    Conheça mais sobre a história e as curiosidades de Santo Antônio, um dos santos mais populares do Brasil e do mundo

    Nesta terça-feira, 13, celebra-se um dos santos mais populares do mundo: Santo Antônio. Uma devoção trazida pelos portugueses, mas que criou raízes no Brasil.

    “Nós brasileiros temos a capacidade de nos reapropriarmos dessa devoção e construirmos uma relação muito própria nossa com Santo Antônio. Essa devoção é tão forte, que temos diversas pessoas que se chamam Antônio, fazendo com que essa relação com o santo se torne familiar”, lembra o responsável do Serviço Franciscano de Solidariedade (Sefras), Frei Marx Rodrigues dos Santos.

    No país, há pelo menos 105 cidades, em 10 estados, que têm Santo Antônio como padroeiro e consideram este dia como feriado. Entre elas, está Cachoeira Paulista (SP), cidade sede da Canção Nova.

    O santo também faz parte dos tradicionais festejos juninos, por ser um dos três santos comemorados pela Igreja Católica no mês de junho, juntamente com São Pedro e São João.

    De Lisboa ou Pádua

    Nascido em Lisboa, Portugal, recebeu como nome de batismo Fernando de Bulhões. Ele faleceu em 13 de junho de 1231, nas vizinhanças de Pádua, Itália. Por isso, é conhecido destas duas formas: Santo Antônio de Lisboa e Santo Antônio de Pádua.

    Sempre acreditou-se que o santo havia nascido no ano de 1191, porém, na comemoração dos 750 anos da morte de Santo Antônio, em 1981, o Vaticano autorizou uma exumação científica de seus restos mortais. Segundo o relatório, foi constatado que o frade não morreu com 35 anos, como se acreditava, mas com 40 anos. Como a data da morte é extensamente comprovada, a hipótese mais provável é que ele tenha nascido anos antes, provavelmente no fim dos anos 1180.

    Santo Antônio foi canonizado em 30 de maio de 1232, menos de um ano após a própria morte. É considerado o processo de canonização mais rápido da história dos santos lusófonos.

    No ano de 1946, o Papa Pio XII o proclamou “doutor da Igreja”, com o título de ‘Doctor Evangelicus’ (Doutor Evangélico).

    “Santo casamenteiro”

    Uma das formas que Santo Antônio tornou-se muito conhecido é como “santo casamenteiro”. Frei Marx explica que isso foi consequência do santo ter vivido a experiência de se aproximar de uma necessidade bem específica do povo.

    “Conta-se que, no período em que ele vivia, existiam algumas mulheres que não conseguiam se casar, porque não tinham dote para poder realizar esse sacramento. Santo Antônio recorre à generosidade das pessoas, para fazer com que as mulheres tenham condições de se casarem”, explica o frei.

    Segundo ele, esse gesto do santo mostra que ele não só “arruma casamento”, mas escuta o sofrimento das mulheres que necessitavam de um auxílio. Frei Marx enfatiza que Santo Antônio intervém como “grande protetor” nas relações matrimoniais.

    Pão de Santo Antônio

    Frei Marx lembra que houve uma ocasião em que Santo Antônio encontrou pessoas com fome. Ele foi até o convento, recolheu os pães que lá tinham e ofertou àqueles pobres.

    “O irmão que cuidava da comida do convento ficou meio chateado com Santo Antônio, e foi interrogá-lo sobre onde estavam aqueles pães. Quando ouviu aquela interrogação, ele pediu que o irmão voltasse até a cesta onde estavam os pães. E de forma milagrosa, esses pães apareceram lá. Multiplicaram-se”, recorda.

    O frei explica que Santo Antônio tem uma relação de generosidade com os que sofrem, mas também de fazer com que os conventos e as cestas sejam lugares de prática concreta da solidariedade.

    Outras curiosidades

    Outro símbolo muito forte de Santo Antônio é o lírio, uma flor utilizada na Igreja Católica como sinal de pureza. “Diversos santos têm o lírio, por exemplo São José, esposo de Maria. É um símbolo de pureza, mas também de castidade. Santo Antônio, um homem entregue a Deus, nunca se casou, mas também tinha um coração ‘em festa’, puro”, destaca.

    Outro aspecto marcante, simbolizado na imagem de Santo Antônio, é o Menino Jesus. “Conta-se que, num dia, muito cansado, ele foi visto em seus aposentos com o Menino Jesus no colo acariciando o rosto do santo. Então, ele se torna aquele que é afagado pelo Menino Deus, na labuta do dia a dia, mas, acima de tudo, ele representa aquele que apresenta um Deus feito menino, humilde, encarnado, simples. Santo Antônio, um grande franciscano que nos ajuda a entender esse processo”.

    Frei Marx lembra ainda que o santo foi um grande pregador da Palavra de Deus. Muito estudioso e que chegou a dar aula de teologia para os outros frades.

    “Dizem que quanto ele começou a pregar, as pessoas se maravilhavam de sua pregação. Quando ele morreu, um dos pedaços que ficaram mais intactos do seu corpo foi justamente a língua”, conta o frade, lembrando que a língua intacta foi encontrada na exumação realizada 40 anos após a morte do santo.

    Fonte: Canção Nova