Leigas brasileiras e bispos portugueses frisam movimento de escuta e partilha durante atividades sinodais, que chegaram nesta quarta, 18, ao quarto módulo
Segue em andamento, em Roma, a primeira sessão da fase universal do Sínodo dos Bispos sobre a Sinodalidade. Iniciados no dia 4, os trabalhos entraram nesta quarta-feira, 18, no quarto módulo do instrumento de trabalho que orienta as discussões, desta vez centradas no aspecto da participação.
Cardeais, bispos, padres, religiosos e leigos participam juntos das atividades, que continuarão até o domingo, 29. Entre eles está a líder do Conselho Nacional do Laicato do Brasil (CNLB), Sônia Gomes de Oliveira, que comenta como a experiência sinodal a tem marcado durantes estes dias.
Ela destaca a convivência fraterna, a experiência do diálogo e a espiritualidade encarnada como elementos que ele levará consigo após este Sínodo. “Somos todos Igreja, somos povo de Deus, precisamos testemunhar a esperança em Jesus Ressuscitado”, afirma Sônia, indicando justamente a centralidade de Jesus Cristo na Igreja.
Escuta e partilha
Este Sínodo teve importantes mudanças em sua composição. O bispo de Leiria-Fátima e presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), Dom José Ornelas, destaca as alterações que aconteceram tanto na estrutura quanto nos processos vividos no Sínodo.
Realizada na Sala Paulo VI, esta assembleia sinodal conta com uma estrutura composta por algumas mesas circulares, o que, segundo o bispo, favorece o diálogo e a partilha. Ele também cita, além disso, que, pela primeira vez, há a participação de mulheres com direito de voto. Estes aspectos, em sua visão, contribuem na procura por novos caminhos a partir da escuta e da partilha da experiência.
O bispo de Coimbra e vice-presidente da CEP, Dom Virgílio Antunes, aponta que este movimento de escutar e partilhar, e especialmente a atenção ao mover do Espírito Santo, é importante dentro do contexto em que a Igreja está inserida atualmente.
“A Igreja de Deus está no mundo, neste tempo e neste espaço, e quer pensar, refletir, com certeza tendo em conta a revelação, as Sagradas Escrituras, a tradição, mas olhando para os sinais dos tempos, para aquilo que é o mundo, que são as pessoas, nas suas alegrias, nas suas dores, nas suas dificuldades até no que diz respeito à vivência da própria fé”, expressa Dom Virgílio.
Caminhar juntos
Diante da graça, da alegria e da responsabilidade de participar deste processo, a assessora de Migração da Cáritas no Brasil, Maria Cristina dos Anjos, manifesta sua empolgação pela experiência vivida e por poder trazê-la ao país antes da última assembleia da fase universal, que encerra o Sínodo no ano que vem.
“Eu espero, nesse período entre agora e o próximo ano, poder dialogar mais no Brasil, especialmente com as pastorais, com os movimentos, sobre o sentido da sinodalidade, sobre os temas que aqui trabalhamos, e voltar com mais elementos e contribuições para a reflexão que teremos em 2024”, declara Maria Cristina.
Fonte: Canção Nova