Nesta quinta-feira, 8, data em que se recorda o 10º Dia Mundial de Oração e Reflexão contra o Tráfico de Pessoas, o Papa Francisco divulgou uma mensagem destacando a necessidade de “agir” contra esse “drama global”.
O Santo Padre recordou a memória litúrgica de Santa Josefina Bakhita, celebrada hoje. A freira sudanesa, quando criança, acabou vendida como escrava e foi vítima de tráfico.
“Recordemos a injustiça que sofreu, as suas tribulações, mas também a sua força e o seu percurso de libertação e renascimento para uma vida nova. Santa Bakhita anima-nos a abrir os olhos e os ouvidos para ver os invisíveis e ouvir quantos não têm voz, para reconhecer a dignidade de cada um e agir contra o tráfico e toda a forma de exploração”, enfatizou.
Francisco afirmou que, muitas vezes, o tráfico é invisível e muitos ficam anestesiados pela “cultura da indiferença”, mas é preciso “reagir”. “Ajudemo-nos mutuamente a reagir, a abrir as nossas vidas, os nossos corações a tantas irmãs e tantos irmãos que são tratados como escravos. Nunca é tarde demais para nos decidirmos a fazê-lo”.
O Pontífice destacou o entusiasmo e o empenho de numerosos jovens que se comprometem com esta causa e mostram que o caminho é “escutar, sonhar e agir”.
“É fundamental ter a capacidade de escutar quem está a sofrer. Penso nas vítimas dos conflitos, das guerras, nas pessoas afetadas pelos efeitos das alterações climáticas, nas multidões de migrantes forçados, em quem é objeto de exploração sexual ou laboral, nomeadamente mulheres e meninas. Escutemos o seu grito de ajuda, deixemo-nos interpelar pelas suas histórias; e, juntamente com as vítimas e os jovens, voltemos a sonhar um mundo onde as pessoas possam viver em liberdade e com dignidade”, afirmou.
Rezar e agir
O Papa destacou ainda a necessidade de ações concretas de combate ao tráfico de pessoas e convidou os fiéis a rezar e agir, tanto pessoalmente, quanto nas famílias e nos vários âmbitos sociais.
“Sabemos que é possível combater o tráfico, mas precisamos chegar à raiz do fenômeno, erradicando as suas causas (…) É um apelo para não ficarmos parados, mobilizarmos todos os nossos recursos na luta contra o tráfico e restituirmos plena dignidade a quantos são vítimas do mesmo. Se fecharmos olhos e ouvidos, se ficarmos inertes, seremos cúmplices”, enfatizou.
Por fim, o Santo Padre agradeceu e abençoou, de coração, a todos que trabalham e os que querem empenhar-se contra toda forma de exploração, com o anseio de “construir um mundo de fraternidade e paz”.
Fonte: Canção Nova