A Praça São Pedro voltou a receber a Audiência Geral nesta quarta-feira, 6. Após as temperaturas aumentarem, indicando a chegada do fim do inverno europeu, milhares de peregrinos foram encontrar-se com o Papa Francisco.
Prosseguindo com o ciclo de reflexões sobre vícios e virtudes, a catequese foi dedicada à soberba. Ao saudar os fiéis, o Pontífice informou que ainda está um pouco resfriado e não consegue ler muito bem. Dessa forma, o texto preparado para a Audiência Geral foi lido por Dom Pierluigi Giroli.
No texto, o Santo Padre define a pessoa soberba como “alguém que se acha muito mais do que realmente é; alguém que se agita para ser reconhecido como maior que os outros, quer sempre ver seus méritos reconhecidos e despreza os outros considerando-os inferiores”. Ele indica também que a vanglória, refletida na catequese da semana anterior, “é uma doença infantil” frente à destruição da qual a soberba é capaz.
Francisco declara que, “analisando as loucuras do homem, os monges da antiguidade reconheciam uma certa ordem na sequência dos males (…). De todos os vícios, a soberba é a grande rainha”. Ele acrescenta que “quem cede a este vício está longe de Deus, e a correção deste mal exige tempo e esforço, mais do que qualquer outra batalha para a qual o cristão é chamado”.
“Pretensão de ser como Deus”
Na raiz da soberba, prossegue o Papa, “reside a absurda pretensão de ser como Deus”. Assim, este vício arruína as relações humanas, envenena o sentimento de fraternidade e revela uma série de sintomas, como a altivez e a propensão a julgamentos desdenhosos, levando à crença de que os outros são ineptos e incapazes.
Na sua arrogância, esquece-se que Jesus nos deu poucos preceitos morais nos Evangelhos, mas em um deles mostrou-se intransigente: não julgueis.
– Papa Francisco
O Pontífice sinaliza também que o soberbo, quando recebe uma crítica construtiva, mesmo que pequena, reage com fúria e interrompe relações com outros de uma forma ressentida. “Há pouco que se possa fazer com uma pessoa cheia de soberba”, comenta, “é impossível falar com ela, muito menos corrigi-la, porque, em última análise, ela não está mais presente consigo mesma. Com ela basta apenas ter paciência, porque um dia o seu prédio desabará”.
Humildade, remédio para a soberba
Neste contexto, o Santo Padre recorda o exemplo de São Pedro. Após afirmar confiantemente a Jesus que mesmo que todos o abandonassem, ele não o faria, o apóstolo se descobre tão temeroso quanto os outros quando se depara com o perigo da morte.
“E assim o segundo Pedro, aquele que já não levanta o queixo, mas chora lágrimas salgadas, será curado por Jesus e estará finalmente apto a suportar o peso da Igreja. Antes, exibia uma presunção que era melhor não ostentar; agora, em vez disso, é um discípulo”, declara Francisco.
Por fim, o Papa enfatiza que o verdadeiro remédio para todo ato de soberba é a humildade. Ele cita o Magnificat, no qual Maria canta o Deus que, com o seu poder, dispersa os soberbos nos pensamentos doentios dos seus corações. “É inútil roubar algo de Deus, como os soberbos esperam fazer, porque em última análise Ele quer dar-nos tudo”, conclui.
Fonte: Canção Nova