O Papa Francisco recebeu, em audiência, os participantes da Assembleia Plénaria Extraordinária do Dicastério para a Evangelização . Extraordinária porque foi convocada com uma única intenção: discutir o futuro da Pontifícia Universidade Urbaniana, criada, em 1627, pelo Papa Urbano VIII inicialmente como Colégio para formar missionários e, assim, apoiar as Igrejas de todo o mundo em seu trabalho apostólico de proclamação do Evangelho.

A Assembleia Plenária faz parte da perspectiva de relançamento das instituições universitárias ligadas à Santa Sé, solicitada pelo Papa Francisco também através da Constituição Apostólica “Veritatis gaudium” sobre as Universidades e Faculdades Eclesiásticas. Participa do encontro o arcebispo do Rio de Janeiro, Cardeal Orani João Tempesta.

Em seu discurso, o Pontífice se congratulou pelo estilo sinodal adotado e aprofundou a identidade e a missão da Universidade que, neste caso, coincidem, já que se trata de anunciar a Boa Nova. Todavia, observou o Papa, é necessário que este patrimônio se traduza em respostas adequadas que a realidade hodierna põe à Igreja e ao mundo: “Não vivemos numa sociedade cristã, mas somos chamados a viver como cristãos na sociedade plural de hoje”, afirmou Francisco. “Como cristãos e aberto.” Portanto, não se trata somente de transmitir conhecimento, mas elaborar instrumentos intelectuais capazes de proporem-se como paradigmas de ação e pensamento.

Elevar a qualidade da formação

Outro aspecto aprofundado pelo Papa foi quanto às expectativas, em que devem convergir a exigência de elevar a qualidade da formação com a necessária racionalização dos recursos humanos e econômicos. Francisco sugeriu uma “sã criatividade” para encontrar os percursos adequados e evitar que o estudo se reduza a um mero cumprimento de lições e créditos para os exames. “Não tenham medo da criatividade”, encorajou.

No caso específico da Urbaniana, é importante que na docência fique ainda mais evidente a sua especificidade missionária e intercultural, para que o corpo discente seja capaz de mediar com originalidade a mensagem cristã com outras culturas e religiões, frisou o Santo Padre. “Quanto precisamos de pastores, consagrados e leigos que saibam encarnar o ímpeto missionário para evangelizar as culturas e, assim, inculturar o Evangelho! Essas duas coisas caminham sempre juntas: evangelização da cultura e inculturação do Evangelho.”

Francisco concluiu agradecendo aos participantes da Plenária pelo intenso trabalho, de modo especial ao Cardeal Luis Antonio Tagle, comprometido em primeira pessoa na reformulação da Urbaniana.

 

Fonte: Canção Nova