A Santa Missa em sufrágio do falecido Papa Francisco e dos cardeais e bispos falecidos durante o ano foi presidida nesta segunda-feira, 3, pelo Papa Leão XIV, na Basílica de São Pedro. “Hoje, renovamos esta bela tradição”, disso o Pontífice sobre a celebração.

No início de sua homilia, o Santo Padre frisou a oração pela alma de seu predecessor, que foi para junto de Deus no último dia 21 de abril após ter aberto as Portas Santas e ter concedido a Roma e ao mundo a Bênção Pascal.

“Graças ao Jubileu, essa celebração, para mim a primeira, adquire um sabor característico da esperança cristã. A Palavra de Deus que ouvimos nos ilumina, em primeiro lugar, com uma grande imagem bíblica que resume o sentido de todo esse Ano Santo: o relato dos discípulos de Emaús”, destacou.

Só Jesus tem palavras de vida eterna

Neste relato, prosseguiu o Papa, encontra-se representada de forma plástica a peregrinação da esperança, que passa pelo encontro com Cristo Ressuscitado. Ele explicou que o ponto de partida é a experiência da morte, e na sua forma mais terrível: a morte violenta que mata o inocente e deixa os discípulos desanimados, desencorajados, desesperados.

“Quantas pessoas, também nos nossos dias, sofrem o trauma desta morte terrível, desfigurada pelo pecado. Por essa morte não podemos e não devemos dizer Laudato Si, porque Deus Pai não a quer e enviou o seu filho ao mundo para nos libertar dela. Está escrito: Cristo tinha que sofrer essas dores para entrar na sua Glória e nos dar a vida eterna. Só Ele pode carregar dentro de si essa morte corrupta, sem ser corrompida por ela”, observou.

Leão XIV ressaltou: “Só Ele tem palavras de vida eterna”. Confessar esta verdade com entusiasmo, perto do Túmulo de São Pedro, reascende a esperança nos corações, afirmou o Pontífice.

“Quando Jesus toma pregadas na cruz, pronuncia bênção (…). Nos corações [dos discípulos], brota fé, e com a fé uma esperança nova. Não é mais a esperança que tinham antes e que haviam perdido, é uma esperança nova, com a graça do Ressuscitado, é a esperança Pascal. Assim como a vida de Jesus Ressuscitado não é mais a de antes, mas uma vida nova criada pelo Pai com o Espírito Santo, assim também a esperança do cristão não é a esperança humana, (…) é uma esperança que não olha para o horizonte terreno, mas para Deus”, garantiu.

Amor que transformou a morte

O amor de Cristo transfigurado e ressuscitado, seguiu o Santo Padre, transformou a morte de inimiga em irmã, a suavizou. Diante dela, o Papa sublinhou que os cristãos não ficam tristes como os outros que não têm esperança.

Segundo Leão XIV, há tristeza quando uma pessoa parte, muitas vezes se fica escandalizado quando uma criança é arrancada da vida por uma doença ou por uma violência dos homens. “Como cristãos, somos chamados a carregar com Cristo o peso dessas cruzes”.

“Nem a morte mais trágica pode impedir o Senhor de acolher em seus braços nossa alma e também transformar o nosso corpo mortal, mesmo o mais desfigurado, à imagem do seu corpo glorioso”, disse o Pontífice.

O Santo Padre recordou que a palavra “cemitério” significa literalmente “dormitórios”, locais onde se descansa à espera da Ressurreição.

“O amado Papa Francisco, os cardeais e bispos pelos quais hoje oferecemos o sacrifício eucarístico, viveram, testemunharam e ensinaram essa nova esperança pascal. O senhor os chamou e os constituiu pastores em sua Igreja, e em seus ministérios eles (…) conduziram muitos à justiça, ou seja, os guiaram pelo caminho do Evangelho, com a sabedoria que vem de Cristo”, refletiu o Papa.

 

Fonte: Canção Nova