Vivemos tempos de grandes ‘milagres’ modernos. Nunca o mundo viu tamanha velocidade de informação. Nunca se viu possibilidades técnicas tão avançadas como agora. Qualquer coisa que aconteça do outro lado do mundo é conhecido, quase ao mesmo tempo, pelo planeta todo. Basta um ‘clic’ com o mouse do computador para enviar a centenas de destinatários informações sobre guerras, atentados, tsunamis ou mortes. O mundo vive seu apogeu científico: pesquisadores ousam romper o limite do ético e do biológico manuseando células tronco e redescobrindo as nuances do código genético humano. Nunca como agora foi tão fácil conhecer culturas e pessoas geograficamente distantes e virtualmente presentes. É fácil para empresas virtuais arranjarem até ‘casamentos’ por encomenda! Somando as características de cada pretendente e calculando num software online a maior probabilidade de ‘combinação’ conjugal. Ultimamente ouve-se falar até de robôs tecnologicamente treinados para manifestar emoções.
Em contrapartida, nunca se viu um mundo tão caótico. Hoje, com um simples botão pode-se acender uma lâmpada em casa ou iniciar uma detonação atômica capaz de deflagrar a 3ª guerra mundial. O apelo da multidão chega a causar medo, fobias… é mais seguro e prazeroso perder horas navegando na Internet. No mundo virtual: uma coleção de amigos de Orkut, popularidade garantida! No mundo real: uma coleção de dias em solidão à frente de um computador. Nunca como agora se ouviu falar tanto de depressão, suicídio, perda do sentido da vida e apelo ao uso de drogas para driblar o tédio da modernidade.
Não é pecado aproveitar as maravilhas do mundo moderno. Deus não condena ninguém que tente, cientificamente, salvar vidas respeitando-as absolutamente. Não há nada de errado em enriquecer-se conhecendo culturas e estreitando laços, virtuais ou não. O que de fato é contraditório é trocar o real pelo imaginário. É tolice trocar um abraço, enxugar uma lágrima de saudade por um emoticon do MSN. Com uma mensagem de celular posso escrever “eu te amo”, mas nada substitui a companhia fiel da pessoa amada nas horas difíceis da vida, de mãos dadas, lado a lado até que a morte os separe. Por mais que a era pós-moderna nos maravilhe com suas descobertas, o homem continua sempre o mesmo: criado para amar e ser amado. Agostinho, santo Católico que nasceu na África, convertido pelas lágrimas orantes de sua santa mãe, depois de 30 anos de libertinagem e boemia escreveu: “Senhor, tu nos fizeste e somos teus! E inquieto estará nosso coração enquanto não repousar em ti!” Ele tinha razão! Toda nossa curiosidade pela modernidade, acaba sufocada pela sede interior que não quer calar…
Maravilhemo-nos com aquilo que a modernidade nos dá. Todavia, não nos esqueçamos que, as coisas da alma não se resolvem com um clic ou um ‘enter’ de computador. É preciso algo mais. Alguém maior: Deus! Ele é o mesmo, ontem, hoje e sempre (Heb 13,8)! Sempre moderno!
Seu irmão.