É Páscoa! Aleluia! Cristo Ressuscitou! É vida nova! Entretanto não podemos esquecer que as mulheres novas e os homens novos que renascem em Jesus devem também viver a misericórdia no tempo Pascal. O próprio Jesus revelou a Santa Faustina que queria a Festa da Divina Misericórdia na Páscoa: “Eu desejo que haja a Festa da Misericórdia. Quero que essa Imagem, que pintarás com o pincel, seja abençoada solenemente no primeiro domingo depois da Páscoa, e esse domingo deve ser a Festa da Misericórdia. Desejo que os sacerdotes anunciem esta Minha grande misericórdia para com as almas pecadoras (Diário de Santa Faustina, 49-50).
A misericórdia é uma manifestação do amor do Senhor. A palavra “misericórdia” tem origem em dois termos latinos: “Miserere” e “cordis”. O primeiro lembra piedade, ter compaixão. Já “cordis” quer dizer “coração” e diz respeito ao centro da vida espiritual, onde estão os sentimentos. “Compaixão do coração”, significa que é sentir aquilo que o outro sente, se colocando em seu lugar. No entanto, só entende verdadeiramente o que é misericórdia quem precisou dela! E quem se banha na misericórdia de Deus geralmente se torna misericordioso. O misericordioso acolhe as misérias do outro não com as leis, ordens, normas ou regras! O misericordioso segue o exemplo de Jesus: acolhe as misérias do outro com os sentimentos do coração.
No Evangelho do 2° domingo da Páscoa, Festa da Misericórdia, são narradas duas aparições de Jesus aos apóstolos. Na primeira aparição, Jesus concedeu aos discípulos a graça de perdoar pecados. Os apóstolos que até aquele momento eram alvo da misericórdia de Deus, se tornaram instrumentos da misericórdia na vida dos outros. Tomé, que não estava presente, mesmo sendo testemunha de toda a vida de Jesus, não acreditou na ressurreição d’Ele. Entretanto, oito dias depois, Jesus apareceu novamente e disse a Tomé: “Introduz aqui o teu dedo, e vê as minhas mãos. Põe a tua mão no meu lado. Não sejas incrédulo, mas homem de fé” (Jo 20,27). Jesus, que não queria perder nenhum dos Seus, suportou com muito amor a incredulidade de Tomé. Ele acolheu as misérias de Tomé conforme Seu Sagrado Coração. Tomé deixou ser banhado pela misericórdia de Deus, reconheceu suas fragilidades e teve uma experiência pessoal com Jesus: “Meu Senhor e meu Deus!” (Jo 20,28).
São João Paulo II disse que “santo não é aquele que não cai, santo é aquele que mesmo caindo não desiste de levantar”. Portanto, só conseguiremos assumir a vida nova em Cristo se não desistirmos de lutar. Necessitamos de um coração humilde para reconhecer que ainda temos fraquezas e limitações e que necessitamos da misericórdia de Deus para aceitá-las e superá-las. Feliz Páscoa a todos!