Argentina celebra nesta segunda-feira, 8, Nossa Senhora de Luján. Seu santuário, localizado na região de Córdoba, é visitado por milhares de fiéis e devotos. A padroeira do país sul-americano conta com uma história bastante curiosa, cujo início se dá ainda no Brasil, na era colonial.
Na primeira metade do século XVII, vivia em Sumampa, na região de Córdoba, um português chamado Antonio Farías de Sá. Ele possuía uma fazenda na região, e com o desejo de construir uma capela no local, encomendou a um amigo que vivia em Pernambuco uma imagem de Nossa Senhora da Imaculada Conceição.
Foram enviadas então duas imagens de Nossa Senhora: uma de Maria e sua Imaculada Conceição, e outra com o Menino Jesus nos braços, cada uma em uma caixa. Elas foram levadas a Buenos Aires de navio, comandado pelo capitão Andrea Juan. Após desembarcar, a encomenda seguiu seu caminho pelo caminho real a Córdoba, a bordo de uma carroça puxada por bois, no início do mês de maio.
Acontece o milagre
Durante o caminho, a tropa parou às margens do rio Luján para descansar. Ao tentar retomar a viagem, no entanto, os tropeiros se depararam com um problema: os bois não queriam mais andar e puxar as carroças. Suspeitando que o excesso de peso fosse o motivo, retiraram uma das caixas, mas os animais seguiram imóveis. Quando tiraram a segunda, os bois conseguiram enfim puxar a carroça.
Dentro da segunda caixa estava a imagem de Nossa Senhora da Imaculada Conceição. Ao colocarem a primeira caixa novamente na carroça, os bois seguiram-na puxando. Assim, os tropeiros entenderam que era o desejo da Virgem Maria que a imagem de sua Imaculada Conceição permanecesse naquele local.
Estando próximos da fazenda da família Rosendo, seguiram em procissão até o local. Ali, entregaram a imagem e improvisaram o altar. Logo a imagem começou a ser venerada. Assim surgiu a devoção a Nossa Senhora de Luján, que se tornou a padroeira do Vice-Reino do Rio da Prata, equivalente aos atuais países da Argentina, do Paraguai e do Uruguai.
Hoje, Nossa Senhora de Luján é padroeira da Argentina e tem, em seu santuário, construído no local onde escolheu permanecer, o ponto central da devoção. Ela é um símbolo da fé argentina e, todos os anos, mobiliza milhares de devotos em todo o país.
Fonte: Canção Nova