Há uma sabedoria divina escondida nas devoções que brotaram da Bíblia e se expressam na piedade popular. Haveriam tantas opções de se reverenciar a Nosso Senhor Jesus Cristo; mas a Divina Providência resolveu privilegiar o aspecto do ‘Coração’ de Cristo. Ele foi traspassado pela lança no Calvário; aberto e jorrando sangue e água, representa a própria vida da Igreja através dos sacramentos do Batismo e da Eucaristia.
Mas o fato de se tratar do ‘coração’ também nos remete à ideia da vida. Não há vida sem um coração que bombeie sangue para todo o corpo. Um coração pulsando vida mantém uma pessoa em plena atividade. O Coração de Jesus não é uma realidade apenas espiritual; não se trata de uma ‘imagem figurada’ ou mesmo de uma ‘metáfora’ apenas. Coração é Coração! Do Coração de Jesus podemos lucrar a vida no sentido pleno da palavra. Não apenas a vida espiritual. Quando nossa fé nos estimula a perseverar na santidade, até nosso corpo, nossa saúde física e mental se refaz! Mente sadia num corpo sadio. Alma sadia num corpo sadio! O Coração de Jesus oferece uma dimensão da espiritualidade que pode e deve reverberar na qualidade de vida para todos nós.
Quem aprendeu a mansidão e humildade do Coração de Cristo, tem mais chance de livrar-se de um infarto ou de um esgotamento nervoso; do stress do cotidiano e dos riscos para o sono, digestão e inclinação para disfunções cardíacas de rotina. O manso e o humilde consegue viver melhor porque experimentam a liberdade interior que nos leva a uma qualidade de vida digna. Se você conseguir chegar a esse patamar, já estará na estrada certa para a santidade!
Toda vez que separamos nossa espiritualidade da nossa humanidade, estamos cometendo o grave erro de separar a fé da vida. Contemplando o Coração de Jesus aprendemos as virtudes que nos levam à santidade. Só o santo consegue viver a vida verdadeira, aquela a que Jesus se referiu quando afirmou: “Eu vim para que todos tenham vida, e a tenham em abundância!”. (Jo 10,10)
Aprendei de mim, que sou manso e humilde de Coração! (Mt 11,28)