Existe uma qualidade específica do cristianismo que é muito útil para os dias de hoje. Desde o início da Igreja, essa qualidade chamou a atenção dos ateus e dos que professavam fé em deuses mitológicos ou até magia. É oportuno reinvocar essa qualidade porque nos tempos atuais, por causa de todo o alarido provocado pelo novo coronavírus, mais do que nunca precisamos de uma humanidade munida dessa característica dos verdadeiros cristãos. Estou falando da Certeza da Vida Eterna!
Quando Nosso Senhor Jesus Cristo foi assassinado pela tortura e crucifixão, todos tinham pavor da Cruz. A Cruz era sinônimo de desgraça, de morte, de vergonha. Com a Vitória de Cristo sobre a morte, tudo toma outro sentido. De repente, os discípulos – ungidos pelo Espírito Santo – começaram a pregar o evangelho sem medo de morrer como Cristo morreu. Não havia mais medo da morte, a cruz não significava mais derrota e desgraça. A certeza da Ressurreição (para a vida Eterna com Deus) fazia o pavor ser derrotado, a ousadia profética ganhou novo ardor.
O poder de Deus foi capaz de transformar algo que antes era pavoroso em algo milagroso: a Cruz. De repente, ao invés de pensar em morte, vergonha e condenação, o cristão passou a enxergar salvação e vitória ao olhar para a cruz. Agora podemos dizer que a Cruz é a chave para a vida eterna, é certeza de que a morte não tem a última palavra.
A semana santa desse ano traz uma característica totalmente nova. Por disposição das autoridades diocesanas e em conformidade com as orientações sanitárias, as aglomerações serão evitadas. Isso fará com que as missas sejam celebradas de forma privada. O grande causador disso tudo é o vírus pestilento que surgido numa cidade da ásia se espalhou por todo o mundo. Sem fé, sem Deus, tudo isso se parece com um filme de terror ou um clima apocalíptico. Por meio da fé conseguimos ver que mesmo apesar da desgraça da pandemia, Deus tem poder para fazer surgir coisas positivas. Exatamente porque somos cristãos e não temos medo da morte, a Certeza da Vida Eterna nos faz capazes de enxergar tudo de um jeito novo, inclusive a pandemia. Assim como Deus transformou um sinal de morte em sinal de vida, o Espírito pode usar essa situação dolorosa provocada pela pandemia, em ocasião para valorizarmos as amizades, reaprendermos a conviver com nossas famílias, compreender que todos estamos conectados e que dependemos uns dos outros, a própria saudade da Santa Missa há de fazer renovar e aumentar nosso amor e piedade eucarística. É assim que podemos entrever que no final de tudo, a Obra do Senhor continua a acontecer, da Cruz à Ressurreição!
Feliz Páscoa!