No evangelho de hoje ouvimos algo que parece o prenúncio das surpreendentes manifestações do Espirito Santo na Igreja: “O Reino de Deus é como quando alguém espalha a semente na terra. 27 Ele vai dormir e acorda, noite e dia, e a semente vai germinando e crescendo, mas ele não sabe como isso acontece. (Mc 4,26s)

É assim que temos visto nos últimos tempos, o surgimento de tantas expressões carismáticas na Igreja Católica que ‘são sementes que crescem e não se sabe como isso acontece!’. Isso se aplica à realidade da Comunidade Coração Fiel.

Há 2 décadas, um pequeno grupo decidiu responder a um chamado que ainda não era bem claro para todos. Éramos um pequenino grupo que se assemelhava a uma semente cheia de interrogações:

 “O que é isso?”, perguntaram;

Como vão sobreviver? Questionaram;

Por que resolveram viver assim? Sussurravam.

Mesmo com os modelos já existentes em tantas partes do Brasil, nosso pequeno grupo – mísera semente – suscitou encanto para alguns, incômodo para outros.

Ao chegarmos aqui em Rialma, não imaginávamos que estávamos realizando um sonho que o Coração de Jesus desejou para o mundo. Ao logo do tempo, tornou-se claro que estávamos atraídos pelo Sagrado Coração de Jesus. Ele nos seduziu e conduziu.

Fomos e temos sido provados de todas as maneiras; alguns chegaram e não permaneceram, outros tentaram fugir e acabaram regressando qual filho pródigo para o abraço do pai. Mas a verdade é que: Nós não somos desertores, para a perdição. Somos homens da fé, para a salvação da alma. (Hb, 10,39) [1ª leitura]

Nossa primeira celebração de compromisso de consagração foi na matriz desta cidade (Rialma); a cada ano, aqui em nossa sede repetimos o gesto. Mas hoje, 20 anos depois, renovaremos esse compromisso de pertença, com uma maturidade diferente. Ano pós ano, enxergamos com maior certeza de que o Sagrado Coração de Jesus quis manifestar seu amor e predileção por cada um de nós e em nossas próprias características.

Admitimos que à medida que as portas foram se abrindo, o próprio Deus nos convenceu de que:  De fato, precisais de perseverança para cumprir a vontade de Deus e alcançar o que ele prometeu.( Hb 10,36)

O que ELE prometeu a cada um de nós, missionários ?

Aos que se sentem cansados e tíbios, Ele promete descanso e fervor; olhou para os casais e prometeu benção às famílias, olha para os jovens e promete todas as graças necessárias ao seu estado. Olhou para mim como sacerdote do jeito que olha para cada sacerdote e promete o poder de tocar os corações mais endurecidos.

Em cada renovação do compromisso, bebemos um pouco mais dessa água viva que jorra do Sagrado Coração.

Como não responder a esse chamado?

Jamais entenderemos o alcance e a reverberação de cada renovação do compromisso de pertença. Vemos os sinais em nossas famílias, em nossa nação e em outras nações do mundo. A própria Igreja Católica, nossa mãe, após 7 anos de avaliação cuidadosa e acompanhamento em meio a purificações; num dia como hoje – dia de São João Bosco – há treze anos atrás: declarou que somos uma ‘inspiração de Deus’!

Somos testemunhas de que apesar das nossas limitações, o que nos sustenta é o amor irresistível que sentimos pelo Coração de Jesus. ELE nos escolheu e protegeu: A salvação dos piedosos vem de Deus; ele os protege nos momentos de aflição. O Senhor lhes dá ajuda e os liberta, defende-os e protege-os contra os ímpios, e os guarda porque nele confiaram. (Sl 36)

Nem com torre ao chão, deixamos de ir para a nossa rádio declarar que DEUS É BOM!

Mesmo mendigando, nunca faltou o necessário nem para cruzar longas distâncias, pelos meios de comunicação ou pelos meios de transporte, para proclamar que DEUS É FIEL.

Apesar das despedidas e dos lutos, mesmo sob a perseguição e a doença, jamais deixamos de suplicar aos céus diariamente: QUERO QUERER O QUE DEUS QUER!

Se alguém perguntar qual é o nosso segredo, podemos apontar com alegria para o Sagrado Coração. Vão ver que nosso segredo não é secreto; está exposto! O próprio Jesus o indica com a mão; a própria Igreja nos entrega em cada eucaristia.

Mesmo limitados e diminutos; quem olhar para nós verá que o anel e o tau, não são  adereços ou amuletos, são sinais de que estamos revestidos do CORAÇÃO DE JESUS para levá-LO aos quatro cantos da terra, começando pela nossa própria casa: peito que abriga corações.

Por fora, é fácil ver que não passamos de pessoas normais, pecadores que não desistem de pedir perdão; mas quem quiser experimentar o que sentimos quando estamos juntos, precisará deixar-se seduzir por aquele que nos conquistou.

Desafio você que me escuta agora: proponha-se aproximar e se entregar ao Coração de Jesus, e também você sentirá vontade de fazer o que estes discípulos e consagrados farão daqui a alguns instantes.