Em uma cidadezinha francesa chamada Dardilly nascia São João Maria Vianney, mais conhecido como o Santo Cura D’ars, que se tornaria o santo padroeiro de todos os padres. Neste 4 de agosto, a Igreja celebra a memória deste grande santo e, a exemplo dele, celebra-se o Dia do Padre.
Já aos 17 anos o jovem João sentiu-se chamado ao sacerdócio. “Se eu fosse padre, queria conquistar muitas almas”, disse ele. Mas, não era fácil atingir esta meta, por causa dos seus poucos conhecimentos culturais. Ele era um cristão íntimo de Jesus Cristo, servo de Maria e de grande vida penitencial. Tanto assim que somente graças à vida de piedade é que conseguiu chegar ao sacerdócio, porque não acompanhava intelectualmente as exigências do estudo do Latim, Filosofia e Teologia da época.
Os restos mortais de São João Maria Vianney estão no Santuário a ele consagrado em Ars, na França. Lá, o padre brasileiro Paulo Dalla Dea é capelão e tem experimentado da intimidade com o santo através dos atendimentos das confissões, celebração eucarística e visita às casas.
“Cheguei aqui dia 1º de maio de 2019, falando bem pouco em francês. Até então não tinha nenhuma devoção particular ao Cura D’ars até que cheguei no santuário da França”, contou.
Ainda no Brasil, o sacerdote leu o livro “O Cura D’ars” do Francis Trochu, baseado em sua história de vida. Quando chegou à França, começou a estudar sobre a vida do santo e descobriu um pequeno homem de muita penitência, muita oração, grande no coração e na santidade. E até hoje consegue contemplar os frutos da vida do santo no próprio santuário.
Dedicação integral por amor
Cura D’ars foi um homem de verdadeira intimidade com Deus, obcecado por sua salvação e pela salvação dos outros, especialmente daqueles que o procuravam. Criou grupos de jovens, trabalhou com crianças órfãs, de rua, abandonadas.
“Olhando a vida de Cura D’ars, precisamos perceber que ele é um santo muito mais atual do que as pessoas dizem dele. Ele soube rezar muito, se dedicar muito à sua paróquia”, relatou padre Paulo.
Um homem que deixou um forte legado também para a Igreja em saída: começou a visitar as casas das pessoas, a rezar por elas. Ajudou a resgatar almas e com o passar do tempo foi percebendo o coração misericordioso principalmente na confissão.
Falava do sacerdócio como se não conseguisse alcançar plenamente a grandeza do dom e da tarefa confiados a uma criatura humana. Vale também ressaltar que, no século XIX, conseguiu sobretudo valorizar o laicato.
Missionário da misericórdia
Este grande santo consumiu-se durante 40 anos pela salvação das almas, chegando a permanecer 18 horas dentro de um confessionário alimentando-se de batata e pão.
Viveu até os 73 anos, sendo exemplo de santidade, de dedicação e perseverança. São João Maria Vianney gastou a vida perdoando pecados e foi considerado um grande missionário da misericórdia. Sua imagem era associada ao confessionário.
Incumbido de uma missão semelhante é o padre Paulo Dalla Dea, que é missionário da misericórdia. Em 2015- 2016 (Ano do Jubileu da Misericórdia) ele se colocou à disposição para ajudar o Papa Francisco como missionário da misericórdia. No ano 2016, fez todo o trabalho pastoral que deveria ser feito por um missionário da misericórdia: pregar a misericórdia e atender confissões. Tudo o que era exigido. Ao final do Jubileu, o Pontífice surpreendeu ao dizer que esses padres seguiriam como missionários da misericórdia de forma definitiva.
Uma missão muito bela e de grande responsabilidade. “O nosso papel é ser a face misericordiosa de Deus, dentro da igreja e fora, que depois de se traduz em confissão, trabalho com os pobres, os órfãos, os excluídos”, disse o padre.
Fim de sua vida
Por fim, o Cura d’Ar foi canonizado pelo papa Pio XI, no ano de 1925. Também foi proclamado padroeiro dos sacerdotes e, no dia de sua festa, passou a ser celebrado o Dia do Padre.
“Cura d’Ars é um grande irmão no sacerdócio, todos os sacerdotes que desejam podem confiar seu ministério ou sua vida sacerdotal a ele”, concluiu o padre Paulo.
Fonte: Canção Nova