Jesus uma dia disse: “Pode um cego guiar outro cego? Os dois cairão!” (Mt 15,14). Quando ministramos a música do Senhor ou anunciamos o Evangelho através da arte que possuímos, nos tornamos ‘formadores de consciência’, guia de multidões. Hoje, através da divulgação pelas redes sociais, uma única canção ou expressão de arte pode chegar a milhões de pessoas ao redor do globo. Isso não é apenas uma vantagem garantida pela tecnologia, é uma responsabilidade diante de Deus! Cada filho de Deus é precioso aos olhos do Senhor. Ai de quem os engana ou os escandaliza.

Quando o Senhor nos concedeu o dom da ‘inspiração artística’ também nos concedeu uma sede interior incomparável. Deixar essa sede sem ‘controle’ é o maior risco para nossa salvação pessoal. Um meio oportuno para evitar esse perigo é a Direção espiritual.

Mas quem é o diretor espiritual?

“É uma grande graça de Deus ter um diretor espiritual. Sinto agora que eu não saberia caminhar sozinha na vida espiritual. Grandioso é o poder do sacerdote. Dou graças a Deus sem cessar, por ter-me dado um diretor espiritual!”(Diário de Santa Faustina, n. 721) O Diretor Espiritual é a voz de Deus para a alma devota. Cabe a ele buscar a Santidade em primeiro lugar. Ele precisa ser santo, sábio e douto. A direção espiritual não é apenas um ‘serviço’ que o sacerdote ou pessoa espiritualmente madura pode oferecer. Trata-se de um ‘ministério’.

Como deve ser o dirigido?

O dirigido é alguém, alvo do amor e eleição do Senhor, cuja alma é chamada a um itinerário sério de busca da santidade. É preciso entender que o diretor espiritual não é apenas uma ‘escolha’ do dirigido; é uma graça que Deus concede. Portanto, cabe ao interessado em ser dirigido, orar insistentemente a Deus para que Ele eleja, envie e unja o sacerdote (ou não) que assumirá este ministério em favor da alma em questão[1].

Como deve ser a direção espiritual?

Deve se distinguir pela Obediência, Transparência, Frequência. Ao buscar a direção espiritual, o dirigido (a) deve se abandonar completamente ao Senhor Deus por meio da docilidade às orientações do diretor. “Conta-lhe tudo e desvenda tua alma diante dele, como o fazes diante de mim. Nada receies; para tua tranquilidade, coloco esse sacerdote entre mim e a tua alma, e as palavras que ele te disser, são minhas. Desvenda diante dele as cosias mais ocultas que tens na alma. Eu lhe concederei luzes para que conheça a tua alma!” (Diário n. 232)

Seu irmão.

(Base bibliográfica: leitura pessoal do opúsculo: Direção Espiritual, do Pe. Antônio Aguiar – Comunidade Divina Misericórdia; Ed. Divina Misericórdia – 1a Edição, 2007.)

[1] Comportamento semelhante seja feito para encontrar o Confessor pessoal. Nem sempre é aconselhável que o diretor seja também o confessor. Embora na direção espiritual inevitavelmente se trate dos pecados que devem igualmente ser confessados ao confessor.