“A realidade histórica é cada vez mais uma realidade única e deve ser servida pela pluralidade de conhecimentos para o crescimento de uma nova cultura que promova a dignidade e o desenvolvimento de cada homem e de cada mulher”. São palavras do Papa Francisco em uma mensagem aos participantes do encontro internacional de cientistas “A Ciência pela Paz”

O Papa Francisco enviou uma mensagem em vídeo para os participantes do Encontro Internacional “A Ciência pela Paz” que se realiza nos dias 2 e 3 de julho por ocasião do Jubileu do Santuário de São Gabriel que se encontra ao lado do Instituto Nacional de Física Nuclear, organizado pela Universidade de Teramo.

Não pode e não deve haver oposição entre fé e ciência

Francisco iniciou agradecendo os organizadores e participantes do encontro “Ciência pela Paz”: “Este encontro é um grande presente de esperança para toda a humanidade”.

“Mais do que nunca como neste momento vemos a necessidade de um relançamento da pesquisa científica a fim de enfrentar os desafios da sociedade contemporânea”

“E fico feliz que seja a comunidade diocesana de Teramo que esteja promovendo este encontro, dando assim testemunho de que não pode e não deve haver uma oposição entre fé e ciência”.

Pesquisa a serviço de todos

Em seguida recordou as palavras da Fratelli tutti: “É ‘urgente conhecer a realidade para construir juntos’. Para que o desejo de conhecimento, que se esconde no coração de cada homem e de cada mulher, possa crescer e se desenvolver, a pesquisa científica deve colocar seu conhecimento a serviço de todos, buscando sempre novas formas de colaboração, o intercâmbio de resultados e de construção de redes”. Além disso, “não se deve ocultar o risco de um progresso científico ser considerado a única abordagem possível para se entender um aspecto da vida, da sociedade e do mundo” (FT 204). E o Papa pondera ao falar sobre a pandemia:

“A experiência da emergência sanitária, mais do que nunca, e de certo modo com maior urgência, pede ao mundo da ciência para repensar as perspectivas da prevenção, da terapia e da organização da saúde, levando em conta as repercussões antropológicas ligadas à convivência social e a qualidade das relações entre familiares e, acima de tudo, entre as gerações”

A realidade histórica 

Também recorda que: “Nenhum conhecimento científico deve caminhar sozinho e sentir-se autossuficiente. A realidade histórica é cada vez mais uma realidade única e deve ser servida pela pluralidade de conhecimentos que, em sua especificidade, contribuem para o crescimento de uma nova cultura capaz de construir a sociedade, promovendo a dignidade e o desenvolvimento de cada homem e de cada mulher”.

Por fim, o Pontífice encoraja os presentes ao desafio: “Diante de novos desafios, a vocês, queridos amigos da ciência, é confiada – sim, a vocês! – a tarefa de testemunhar que é possível construir um novo vínculo social, comprometendo-se a fazer a pesquisa científica próxima de toda a comunidade, da local à internacional, e que juntos é possível superar qualquer conflito”.

“A ciência é um grande recurso para a construção da paz!”

Concluindo o Papa faz um pedido:

“Peço-lhes que acompanhem a formação das novas gerações, ensinando-lhes a não ter medo do esforço de pesquisa. Também o Mestre se faz procurar: Ele infunde em todos a certeza de que quando se busca com honestidade se encontra a verdade. Esta mudança de época precisa de novos discípulos do conhecimento, e vocês, queridos cientistas, são os mestres de uma nova geração de construtores de paz”.

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