“A paz de Jesus vem do seu coração manso, habitado pela confiança e daqui flui a paz que nos deixou: não se pode deixar a paz para os outros se não se a tem em si mesmo. Não se pode dar a paz se não se está em paz”. São palavras do Papa Francisco na oração do Regina Caeli deste VI Domingo de Páscoa na Praça São Pedro
Na oração do Regina Caeli deste domingo, 22 de maio, VI Domingo de Páscoa, o Papa Francisco falou sobre a paz com as palavras de Jesus, recordando as palavras ditas pelo mestre na Última Ceia. Embora Jesus soubesse tudo o que aconteceria, estava sereno, e disse ao se despedir dos discípulos: “Deixo-vos a paz” e “Eu vos dou a minha paz” (Jo 14, 27).
Se morre como se viveu
Francisco refletiu sobre estas palavras destacando que Jesus “em vez de mostrar agitação, ele permanece gentil até o final. Um provérbio diz que se morre como se viveu. As últimas horas de Jesus são, de fato, como a essência de toda a sua vida. Ele sente medo e dor, mas não dá espaço para ressentimentos e protestos”. Explica que a paz de Jesus vem do seu coração manso, habitado pela confiança e daqui flui a paz que Jesus nos deixou, concluindo:
A mansidão é possível
Francisco diz ainda que este gesto demonstra que a mansidão é possível e que Ele a encarnou no momento mais difícil e quer que nos comportemos assim.
“Isto é testemunhar Jesus e vale mais do que mil palavras e muitos sermões. Perguntemo-nos se, nos lugares onde vivemos, nós discípulos de Jesus nos comportamos assim: aliviamos as tensões, extinguimos os conflitos? Estamos também nós em atrito com alguém, sempre prontos para reagir, para explodir, ou sabemos como responder com a não-violência, com palavras e gestos mansos?”.
E o Papa pondera ainda “É claro que esta mansidão não é fácil: como é difícil, em todos os níveis, acabar com os conflitos!”. Porém, segue Francisco, neste ponto vem em nosso auxílio a segunda frase de Jesus: ‘Eu vos dou a minha paz’. Ele sabe que sozinhos não somos capazes de manter a paz, que precisamos de ajuda, um dom”.
Dom de Deus, ajuda para a paz
Explicando em seguida que a paz, que é nosso compromisso, é, antes de tudo, um dom de Deus.
Francisco acrescenta sobre este ponto:
“É Ele, o Espírito Santo, quem desarma o coração e o enche de serenidade. É Ele, o Espírito Santo, quem derrete a rigidez e extingue as tentações de agredir os outros. É Ele, o Espírito Santo, quem nos lembra que ao nosso lado há irmãos e irmãs, não obstáculos e adversários. É Ele, o Espírito Santo, quem nos dá a força para perdoar, para recomeçar, porque com as nossas forças não podemos. E é com Ele, com o Espírito Santo, que se torna homens e mulheres de paz”.
Por fim recorda que nenhum fracasso, nenhum rancor deve nos desencorajar de pedir com insistência o dom do Espírito Santo, porque “quanto mais agitado está o nosso coração, quanto mais sentirmos dentro de nós nervosismo, impaciência, raiva, mais devemos pedir ao Senhor o Espírito de paz. Aprendamos a dizer todos os dias: ‘Senhor, dá-me tua paz, dá-me o Espírito Santo'”.