Francisco recebeu membros do instituto latino-americano que promove formação para combater abusos sexuais e falou do sofrimento das vítimas.
Nesta segunda-feira, 25, o Papa Francisco recebeu em audiência membros do conselho latino-americano do Centro de Pesquisa e Formação para a Proteção de Menores (CEPROME), que participam desde o sábado, 23, de sua assembleia anual em Roma.
O grupo tem como objetivo promover cursos e capacitações, formar convênios com universidades e centros de estudos, oferecer acompanhamentos psicológicos e consultoria institucional vinculados com a prevenção e o cuidado dos mais vulneráveis e para tornar a Igreja um lugar cada vez mais seguro para todos, especialmente para as crianças e os adolescentes
No início de seu discurso, o Santo Padre recordou um trecho das Escrituras ligado ao juízo final: “então o Rei lhes responderá: ‘Em verdade, vos digo: todas as vezes que fizestes isso a um destes mais pequenos, que são meus irmãos, foi a mim que o fizestes!’” (cf. Mt 25, 40). Ele expressou como, em sua visão, o mundo seria melhor se todos se convencessem interiormente que cada pequeno é um reflexo do rosto de Deus.
Luta contra os abusos
O Pontífice reconheceu o esforço do grupo em acabar com o “flagelo dos abusos”, tanto na Igreja quanto no mundo. “Os abusos que atingiram a Igreja nada mais são do que um pálido reflexo de uma triste realidade que abrange toda a humanidade e à qual não é prestada a atenção necessária. (…) Se fosse só um, já seria escandaloso, só um, e há mais de um”, denunciou.
Diante desta realidade, Francisco afirmou acreditar que a Igreja avançou bastante neste caminho e não deixará de progredir, ajudando também outras instituições a promover esta “cultura do cuidado”.
A partir da imagem dos pequeninos que se identificam como o próprio Cristo, o Papa alertou os presentes para “que nossos esforços não se limitem à mera aplicação de protocolos, mas que os confiemos a Jesus na oração”. “Diante do Redentor, contemplemos também naquele rosto ultrajado o sofrimento que recebemos e causamos, para não nos sentirmos distantes das pessoas que acolhemos, mas dos irmãos, também sofredores”, exortou.
Preocupação do Papa
Retomando o ensinamento de “amar-vos uns aos outros”, o Santo Padre indicou que esta é uma demonstração da necessidade humana de perdão e de consolo diante das feridas e da pequenez de cada ser humano.
Ao final de sua fala, o Pontífice abordou o problema da pornografia infantil. Ele denunciou a falta de informações concretas ligadas à produção criminosa desse tipo de conteúdo, e ressaltou que este ponto muito o preocupa. “As crianças filmadas são vítimas, vítimas sofisticadas desta sociedade de consumo”, sinalizou.
Fonte: Canção Nova