Nesta segunda-feira, 26, o Papa Francisco recebeu em audiência os participantes do 18º Capítulo Geral dos Oblatos de São José. Após saudar os presentes, ele recordou o tema escolhido pelos josefinos marellianos para o trabalho capitular: “Lembro-te de reavivar o dom de Deus que está em ti” (2Tm 1,6).
O Pontífice afirmou que se tratam de palavras exigentes, pelas quais os membros da obra se reconhecem como beneficiários de um dom. Além disso, comprometem-se a assumir as responsabilidades que provêm desta graça: conservar e tornar frutíferos os talentos que receberam, colocando-os, hoje, a serviço dos irmãos.
O Santo Padre destacou que a gratidão e responsabilidade lembram São José, o modelo, o inspirador e o intercessor da Congregação. Diante disso, enfatizou três dimensões da existência do Guardião da Sagrada Família: o escondimento, a paternidade e atenção aos últimos.
“Os jovens precisam de Deus”
Ao falar sobre o escondimento, Francisco encorajou os presentes a cultivarem uma intensa vida de oração por meio da participação nos Sacramentos, da escuta e da meditação da Palavra de Deus e da Adoração Eucarística. “Tudo isso também refletirá positivamente em seu apostolado”, expressou, “especialmente naquela missão que os caracteriza como ‘apóstolos dos jovens’ – os jovens não precisam de nós, eles precisam de Deus”.
Os jovens, enfatizou o Papa, vivem em um mundo feito de exterioridade. Porém, uma vida vivida apenas “fora” deixa a pessoa vazia por dentro, como alguém que passa o tempo todo na rua e deixa sua casa cair em ruínas por falta de cuidado e amor. “Façam de seus corações, suas comunidades, suas casas religiosas, lugares onde se possa sentir e compartilhar o calor da familiaridade com Deus e entre irmãos”, exortou.
Pobre juventude
Passando para a paternidade, o Pontífice recordou a visão do fundador da Congregação, São José Marello, que exprimiu: “Pobre juventude, muito abandonada e negligenciada, pobre geração em crescimento, muito deixada à mercê de si mesma”.
“Sente-se aqui o coração de um pai”, sublinhou o Santo Padre, “que se comove com a beleza de seus filhos humilhados pela indiferença e pelo desinteresse daqueles que deveriam ajudá-los a dar o melhor de si”. Assim, prosseguiu, o desejo de São José Marello é que seus sucessores sejam atentos ao bem integral dos jovens e concretamente presentes ao lado deles e de suas famílias.
Por fim, sobre a atenção aos últimos, Francisco enfatizou a fé generosa com a qual São José acolheu, em sua casa e em sua vida, um Deus que, contrariando todas as expectativas, apresentou-se à sua porta no filho de uma jovem frágil, sem possibilidade de recriminação. “Ele reconheceu a presença real de Deus na pobreza deles e a fez sua; de fato, a uniu à sua, porque o fato de acolhermos o último é isso”, explicou.
“É isso que nos ensinou São José Marello”, acrescentou o Papa, “ao reservar em seu coração de pastor um lugar muito especial para as crianças mais problemáticas, para a ‘juventude pobre’, como ele gostava de dizer, e é isso que o Senhor nos chama a fazer hoje.”
Fonte: Canção Nova