Psicóloga e sociólogo destacam benefícios da gentileza para a sociedade e como esse hábito pode provocar transformações
Diante de uma sociedade tão competitiva e repleta de desafios, ser uma pessoa gentil é um diferencial. A data que celebra o Dia Mundial da Gentileza, nesta segunda-feira, 13, destaca esse hábito que é capaz de provocar muitas transformações no mundo.
A psicóloga Cláudia Soledade explica que a gentileza é um comportamento amável e cortês, que demonstra consideração, respeito e empatia pelas pessoas, de forma espontânea e desinteressada. “A gentileza é essencial para promover relações saudáveis e fortalecer o convívio social, então ela contribui de forma significativa para a construção de um mundo mais harmonioso e positivo”, ressalta.
O sociólogo Rodorval Ramalho lembra que as relações entre as pessoas são “naturalmente conflituosas”. “Por causa das nossas disputas miméticas. Estamos sempre competindo pelos mesmos objetos – dinheiro, fama, poder, sexo, entre outros. Dessa forma, nosso cotidiano é vazado por várias contendas, nos seus mais variados graus”.
Regra de ouro
Ele explica que a gentileza está ligada à ética cristã, também dita como a “regra de ouro”, segundo a qual, não faça ao outro o que você não quer que ele lhe faça.
“Numa sociedade majoritariamente cristã – por mais precária que seja a evangelização – o princípio da fraternidade e do amor ao próximo deveriam nortear essa ação cotidiana, seja no espaço público, seja no privado. Portanto, seja na sua forma mais civil (gentileza), seja na sua forma mais religiosa (amor ao próximo), o fundamental é que tenhamos capacidade de acolhimento do outro”, aponta.
Rodorval Ramalho destaca que a gentileza ocupa um lugar de destaque entre os papéis sociais. “Vivemos numa sociedade pluralista, onde nosso cotidiano é eivado de diferenças morais, estéticas, religiosas, políticas. Nesse ambiente, o diálogo é que deve prevalecer, em lugar dos sectarismos e atitudes de força”, enfatiza.
Ele recorda que o Cristianismo deixou como ensinamento que a “batalha de ideias”, combinando fé e razão, deve ser o caminho para alcançar a verdade, seja ela em dimensão micro ou macro. “Não à toa, a tradição cristã sempre estimulou os seus fiéis a serem capazes de defenderem a sua fé dialogicamente. Para tal, além de fé e razão, os cristãos devem ter caridade. Em outras palavras, seguindo a tradição cristã, teremos não somente gentileza, mas também, verdade, beleza e bondade”, aponta.
Benefícios da gentileza
A psicóloga afirma que a prática da gentileza traz muitos benefícios. Um deles é o fortalecimento das relações, criando laços mais profundos e duradouros, e a capacidade de se colocar no lugar do outro, fortalecendo a empatia e o entendimento mútuo.
Além disso, ela destaca o benefício que a gentileza traz para a pessoa que a pratica. “A sensação de satisfação e felicidade. Nós nos sentimos bem, quando praticamos atos de gentileza. Liberamos endorfina, que é o hormônio do prazer. Fazer o bem nos traz essa sensação de felicidade”.
Cláudia Soledade afirma que a gentileza tem o poder de transformar comunidades e sociedades inteiras. “O ato da gentileza gera um ciclo virtuoso de solidariedade, de cooperação e de respeito com as pessoas”.
Atitudes que viram hábito
A psicóloga ensina que uma forma de criar o hábito de ser gentil é escolher realizar uma ação por dia. “Uma ação simples, como sorrir, ser educado com o próximo, oferecer ajuda a quem precisa, doar sangue, realizar um trabalho voluntário… Se praticarmos um pequeno ato, realizarmos algo no dia para promovermos a gentileza, isso vai se tornando hábito na nossa vida. E consequentemente nos sentimos bem e felizes”.
Por fim, ela destaca que é importante refletir: o que tenho feito para ser mais gentil? Estou sendo gentil no meu dia a dia?
“Seja gentil! É importante espalhar bondade, neste tempo que estamos vivendo. Fazer do mundo um lugar melhor para vivermos. E para que o mundo seja melhor, temos que começar por nós. Com um pequeno ato gentil, a gente já pode fazer a diferença na vida do outro”, afirma.
Fonte: Canção Nova