Não me lembro do ano exato, mas tive um show católico em Rialma com Os Enredados, se não estou enganado era esse o nome da banda. Ouvi o Padre Delton cantando a música do seu primeiro CD “Junto ao Coração”, que minha irmã havia comprado e eu gostava muito de ouvir, mas na época não sabia direito quem era aquele Padre cantor. Depois de mais dois anos em Brasília e no meu último ano lá, ouvi falar da nova comunidade que estava se instalando em Rialma e que ele era o fundador dessa comunidade. Minha irmã, que havia ido me visitar, falou. Fiquei muito feliz com a notícia. Nem imaginava que um dia seria meu lugar de refúgio. Os nossos caminhos são conhecidos somente por Deus e não cai um fio de cabelo da nossa cabeça sem que todos sejam conta
Ainda no convento, fiquei gravemente enferma e tive que voltar para minha casa em Rialma. Fiquei mais ou menos dois anos afastado de tudo buscando tratamento, não consegui nem participar das Missas dominicais e nem saía de casa, escondia-me das pessoas que visitavam minha casa e família. Foi um longo período de grandes sofrimentos. Até que um dia minha irmã me chamou para fazer uma caminhada, eu resisti mas ela acabou me convencendo. Fomos eu, ela e minha mãe saudosa. Quando voltamos, ela me chamou para irmos à Capela e eu resisti, mas fui e fiz um pouquinho de Adoração, pois não consegui ficar muito tempo fora do meu quarto. Ela me chamou nesse mesmo dia para irmos à Missa e eu fui pois estava com muita saudade de Deus. Eu me senti muito constrangido com as perguntas das pessoas e por estar novamente na Comunidade Paroquial, . Mas algumas pessoas foram muito acolhedoras e senti vontade de retornar a caminhada.
Participei da Missa na Capela São José, que fica próxima à minha casa, e lá conheci a Amarília, que me convidou para almoçar no dia com ela, e então começou uma história de amor seguinte com o Coração de Jesus. Em 2010, ela me chamou para trabalhar na recepção da Rádio, mas fiquei com muito medo nas condições em que eu estava, mas minha irmã mais uma vez me convenceu e aceitoui. Ali conheci uma família espiritual que me daria todo o suporte que eu gostei para enfrentar o longo caminho de dores, sofrimentos, e aprendizado que tive pela frente. Em 2014, Nossa Senhora levou minha mãe para junto dela. Foi uma dor profunda para mim e para minha família. Agora eu sabia que teria que enfrentar a solidão do luto. Em 2017, recebi o diagnóstico de câncer de mama, o que foi muito difícil porque não tinha mais minha mãe para me amar. A Comunidade foi a presença dela na minha vida. Ganhei um Pai espiritual, ou melhor, um avô na fé, Padre Davi Delgado, que me consolou em minhas maiores angústias, sempre com uma palavra. Lembre-me dele com grande amor e profunda estima e peço sempre sua intercessão.
Passei cinco anos em tratamento e vi muitas pessoas em situações piores que a minha. Nossa Senhora segurou firme minha mão e venci todo o processo do tratamento. Hoje estou bem, graças a Deus, e firmei uma grande amizade com o Coração de Jesus, que me livrou da morte e me preparou para uma vida nova ao seu lado. Hoje sou muito feliz, tenho amigos de verdade. Aprendi a não olhar para trás e seguir sempre em frente com o coração grato e a certeza de que esse amor fiel do Coração de Jesus me sustentou e sustentará até o fim. Jesus, eu confio em vocês!