Invocamo-lo assim nas Ladainhas. Tudo o que Deus nos queria dizer de si e do seu amor, depositou-o no Coração de Jesus e mediante este Coração exprimiu-o. Encontramo-nos perante um mistério inescrutável. Através do Coração de Jesus lemos o eterno plano divino da salvação do mundo. E é um projeto de amor. As Ladainhas que cantámos de maneira admirável contêm toda esta verdade.
Reunimo-nos hoje aqui para contemplar o amor do Senhor Jesus, a sua bondade que se compadece de cada homem, e para contemplar o seu Coração fervoroso de amor pelo Pai, na plenitude do Espírito Santo.
Cristo que nos ama, mostra-nos o seu Coração como fonte de vida e de santidade, como fonte da nossa redenção. Para compreender de modo mais profundo esta invocação, talvez seja preciso retornar ao encontro de Jesus com a Samaritana, na pequena cidade de Sicar, à beira do poço, que se encontrava ali desde os tempos do Patriarca Jacob. Tinha ido ali para tirar água. Então Jesus disse-lhe: «Dá-Me de beber», e ela respondeu-lhe: «Como é que Tu, sendo judeu, me pedes de beber a mim, que sou uma mulher samaritana?». O evangelista acrescenta então que os Judeus não se davam com os samaritanos. E Jesus respondeu-lhe: «Se conhecesses o dom de Deus e Quem é Aquele que te diz: ‘Dá-Me de beber’, tu é que lhe terias pedido, e Ele dar-te-ia uma água viva (…) a água que Eu lhe der tornar-se-á nele uma nascente de água a jorrar para a vida eterna» (cf. Jo 4, 1-14). Palavras misteriosas.
Jesus é fonte; n’Ele tem início a vida divina no homem. É preciso apenas aproximar-se d’Ele, permanecer n’Ele, para ter esta vida. E o que é esta vida a não ser o início da santidade do homem? Da santidade que está em Deus e que o homem pode alcançar com a ajuda da graça? Todos desejamos beber do Coração Divino, que é fonte de vida e de santidade.
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