Mulher, ciência e religião. É possível que estas palavras que, às vezes, soam antagônicas, possam abraçar juntas um significado? Neste mundo onde há uma desonestidade intelectual tremenda que tenta desassociar religião e ciência, quero ousar inserir nesta “mistura” a figura da mulher. Sim, ciência e mulher combina. Ciência e religião também. Mulher, ciência e religião é uma mistura fantástica!
Se existe um misticismo que precisa cair é de que ciência e religião não combinam. Diz São João Paulo II: “A fé e a razão são as duas asas com as quais o espírito humano alça voo para contemplar a verdade” [1]. Louis Pasteur, grande cientista Francês e cristão convicto, disse: “a pouca ciência afasta de Deus, mas a muita ciência aproxima de Deus”. Jung, discípulo de Freud, foi questionado se acreditava em Deus; a sua resposta foi precisa: “eu não creio, eu sei”.[2] Acima de todas leis que regem o universo está a mão daquele que as criou. Fazer ciência é, em última instância, uma busca pela verdade.
Sabemos que toda verdade emana de Deus, a verdade é Deus. Desta maneira, tanto mais se aproximar da ciência, mais o coração do homem deve se abrir a Deus. Caso contrário, fechar-se-á num ceticismo cego que nunca o permitirá ter acesso à plenitude da verdade. Caso ainda tenha dúvidas quanto à harmonia entre fé e ciência, recomendo a leitura da encíclica Fides et Ratio, de João Paulo II, e do livro Fé e Ciência em Harmonia, do Prof. Felipe Aquino.
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Mulheres e a fé
Contrariando as falácias, a igreja valoriza tanto na compreensão da própria fé, quanto na sua dimensão missionária, o papel da mulher. O mistério da salvação da humanidade, a encarnação, onde Deus se fez homem, foi por meio de uma mulher: Maria. No centro do mistério da encarnação de Jesus, no centro da fé cristã, está a figura da mulher, Maria, que se torna Theotokos, que quer dizer: Mãe de Deus.
Mulheres, religiosas e cientistas
Bem longe dos estereótipos criados ao redor da figura das freiras, elas são grandes mestras na oração, caridade e também doutoras na ciência! Quero apresentar aqui duas destas gigantes.
Irmã Mary Kenneth Keller (1913 –1985) – Doutora em Ciência da Computação
Nascida em Ohio, foi uma freira norte-americana, educadora e pioneira na ciência da computação. Em 7 de junho de 1965, junto de Irving Tang, da Universidade Washington em St. Louis, se tornaram os primeiros doutores na área no país. Mary é considerada também a primeira mulher a receber um doutorado em ciência da computação. Keller ganhou a titulação na Universidade do Wisconsin-Madison. Sua tese chama-se Inferência indutiva em padrões gerados por computador (Inductive Inference on Computer Generated Patterns).[3]
Irmã Maria Gaetana Agnesi (1718 – 1799) – primeira mulher do mundo a ter uma cátedra universitária em matemática.[4]
Diz a Wikipedia (inglesa) que “Maria Gaetana Agnesi (1718 – 1799) foi uma matemática e filósofa italiana. Ela é conhecida por ter escrito o primeiro livro sobre cálculo diferencial e integral e foi membra honorária da Universidade de Bolonha.” Durante os últimos 40 anos da sua vida, Maria Agnesi dedicou-se a estudar a teologia dos Padres da Igreja (Sto. Agostinho, S. João Crisóstomo, etc…) e a servir os pobres, isto é, Maria Gaetana Agnesi tornou-se uma freira Católica.
Mulher, não tenha medo de ter fé e nem de fazer ciência. Por um mundo com mais mulheres no laboratório e na igreja.
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Paulo Franco Machado
Fiel Oblato da Comunidade Coração Fiel
[1] CARTA ENCÍCLICA FIDES ET RATIO DO SUMO PONTÍFICE JOÃO PAULO II AOS BISPOS DA IGREJA CATÓLICA SOBRE AS RELAÇÕES ENTRE FÉ E RAZÃO http://w2.vatican.va/content/john-paul-ii/pt/encyclicals/documents/hf_jp-ii_enc_14091998_fides-et-ratio.html (Acessado em: 27/11/2016 15:32)
[2] Ciência e Fé em harmonia, Aquino, Felipe Rinaldo Queiroz de. Ed. Cléofas, 7ª edição, 2015
[3] https://pt.wikipedia.org/wiki/Mary_Kenneth_Keller Acessado em 27/11/2016 16:12
[4] http://senzapagare.blogspot.com.br/2014/05/a-primeira-mulher-cientista-do-mundo.html Acessado em 27/11/2016 16:24