A catequese do Bispo de Roma verteu sobre a sua peregrinação à Turquia, de sexta-feira, 28, a domingo, 30 de novembro. O Papa agradeceu aos fiéis por terem rezado, antes, pelo bom êxito da visita e pediu agora que deem graças ao Senhor pelos frutos que ela pode dar no diálogo com os irmãos ortodoxos e muçulmanos e na construção da paz entre os povos.
O Pontífice fez um agradecimento formal a todas as autoridades civis e religiosas que o acolheram e garantiram a realização de todas as etapas programadas. De acordo com Francisco, seus predecessores João XXIII, Paulo VI e João Paulo II o protegeram, do céu, nesta missão.
Na sequência, o Papa Francisco ilustrou os dias de sua viagem, desde o primeiro momento, em Ancara, quando visitou o Mausoléu de Atatürk. No discurso feito naquela ocasião, o Papa insistiu na importância que cristãos e muçulmanos se comprometam juntos com a solidariedade, a paz e a justiça. Lembrando que a Turquia é um Estado laico, disse que é dever de todo país assegurar à cidadania e às comunidades religiosas uma real liberdade de culto.
No segundo dia, encontrando pessoalmente os líderes das diferentes confissões religiosas do país, Francisco “sentiu no coração a invocação ao Senhor, Pai misericordioso de toda a humanidade”, e contou aos fiéis presentes na Praça:
“Juntos, invocamos ao Espírito Santo a unidade da Igreja: unidade na fé, unidade na caridade, unidade na coesão interior. O Povo de Deus, na riqueza de suas tradições, é chamado a deixar-se guiar pelo Espírito Santo, em atitude de abertura, docilidade e obediência. Quem faz este caminho é o Espírito Santo, disse o Papa. Nós devemos somente acolhê-lo e nos deixar guiar pela sua inspiração”.
Continuando seu relato, o Papa disse que “o terceiro e último dia, festa do Apóstolo Santo André, ofereceu o contexto ideal para fortalecer as relações fraternas entre o Bispo de Roma e o Patriarca Ecumênico de Constantinopla, Bartolomeu I. Foi assinada uma Declaração conjunta que representa mais uma etapa na estrada da plena comunhão entre católicos e ortodoxos”.
Recordando o momento da prece final, Francisco afirmou que “a oração é a base para um diálogo ecumênico frutífero, sob a guia do Espírito Santo”.
Enfim, um momento muito importante, belo e doloroso para Francisco foi o encontro com um grupo de jovens refugiados hospedados pelos Salesianos:
“Estive lá seja para expressar a proximidade minha e da Igreja, seja para ressaltar o valor da acolhida, no qual a Turquia muito se empenhou. Agradeço de coração aos Salesianos que trabalham com os refugiados. Aquele oratório é uma coisa bonita, um trabalho ‘escondido’. Rezemos todos pelos refugiados e deslocados, para que sejam removidas as causas desta dolorosa chaga”.
Terminando o encontro, Francisco pediu ao Senhor que continue a proteger o povo turco, para que possam todos, unidos, construir um futuro de paz, a fim de que a Turquia seja um lugar de coexistência pacífica entre religiões e culturas diferentes.
O Papa lembrou a memória de São Francisco Xavier, padroeiro das missões, que a Igreja recorda hoje, 3 de dezembro, e em seguida, leitores saudaram os grupos, resumindo a catequese do Papa em várias línguas.
Em português, este foi o cumprimento:
“Dirijo uma saudação cordial aos peregrinos de língua portuguesa, particularmente aos membros das Romarias Quaresmais de São Miguel, no Arquipélago dos Açores. Queridos amigos, obrigado pela vossa presença e sobretudo pelas vossas orações! Peçamos ao Espírito Santo, artífice da unidade da Igreja, que aplane a estrada para a plena comunhão de todos os cristãos no Senhor Jesus. Que Deus vos abençoe a vós e a vossos entes queridos!”.
(CM)