Diante da Basílica, o Papa prosseguiu sua série de catequeses sobre a Igreja, falando desta vez sobre as qualidades e as virtudes necessárias para ser bispo, presbítero e diácono.
O apóstolo Paulo, nas chamadas Cartas Pastorais, não se limita a enumerar dons e graças sobrenaturais, mas fala de dotes como ser hospitaleiro, sóbrio, paciente, de coração bondoso, ou seja, qualidades tipicamente humanas que predispõem os ministros da Igreja para se relacionar com os outros de forma respeitosa e sincera. “Este é o alfabeto, a gramática de base de todo ministério!”, disse o Papa.
Entretanto uma pessoa não é escolhida para bispo, presbítero ou diácono por ser mais inteligente, mais capaz ou melhor do que os outros, mas porque recebeu de Deus um dom particular. De fato, a recomendação fundamental que Paulo faz a Timóteo é que reavive continuamente o dom recebido pela imposição das mãos.
“Esta consciência de que tudo é dom, tudo é graça ajuda o pastor da Igreja a não cair na tentação de se colocar no cento da atenção ou de confiar unicamente em si mesmo. São as tentações da vaidade, do orgulho, da suficiência e da soberba. Ai de um ministro se pensar que sabe tudo, que tem sempre a resposta justa para cada coisa e que não precisa de ninguém”. Jamais poderá assumir uma atitude autoritária, como se todos estivessem a seus pés e a comunidade fosse sua propriedade, o seu reino pessoal.
Pelo contrário, explicou Francisco, sentindo-se objeto da misericórdia e compaixão de Deus, o ministro da Igreja procurará ser sempre humilde e compreensivo com os outros. Mesmo chamado a custodiar com coragem o depósito da fé, ele se colocará à escuta das pessoas. De fato, ele é consciente de ter sempre algo a aprender, também daqueles que ainda estão distantes da fé e da Igreja. E, com seus irmãos no ministério, tudo isto o leva a assumir uma atitude nova, marcada pela partilha, a corresponsabilidade e a comunhão.
“Devemos continuar sempre a rezar, para que os pastores das nossas comunidades possam ser imagem viva da comunhão e do amor de Deus”, exortou por fim o Papa.
A seguir, saudou os fiéis oriundos de várias partes do mundo. Aos de língua portuguesa, disse:
“Amados peregrinos de língua portuguesa, saúdo-vos cordialmente a todos, com menção especial para os paroquianos de Nossa Senhora de Guadalupe de Curitiba e os diocesanos de Tubarão, os fiéis da Capela Militar Nossa Senhora da Conceição e da paróquia Jardim da Imaculada. Não nos cansemos de vigiar sobre os nossos pensamentos e atitudes para saborear desde já o calor e o esplendor do rosto de Deus, que havemos de contemplar em toda a sua beleza na vida eterna. Desça, generosa, a sua Bênção sobre vós e vossas famílias!“