O Papa Francisco regressou ao Vaticano nesta segunda-feira dia 13 de julho depois da sua visita à América Latina, visitando o Equador, a Bolívia e o Paraguai. Durante a viagem, o Santo Padre, como habitualmente, respondeu às perguntas dos jornalistas.
As rugas do Velho Continente, que perdeu o valor da juventude, espelham-se na frescura balsâmica da América Latina: é esta a ajuda jovem do povo e da Igreja da ‘outra parte do mundo’ da qual provém o Papa, e que pode oferecer às terras que deixaram de fazer filhos e futuro.
O Papa afirmou que “a Igreja latino-americana tem uma grande riqueza: “é uma igreja jovem e é isso que nós devemos aprender e corrigir, e estes povos jovens dão-nos força nisto.”
Respondendo a uma pergunta sobre a próxima viagem a Cuba e EUA, o Santo Padre afirmou não ter havido propriamente uma mediação do Vaticano, no acordo entre os dois países, mas algumas pequenas ações concretas. O mérito é da boa vontade dos dois países:
“ Não foi uma mediação, foi a boa vontade dos dois países, o mérito é deles, nós não fizemos quase nada.”
Sobre a situação financeira da Grécia o Papa Francisco referiu que o caminho das dívidas e dos empréstimos não têm mais fim, sendo necessário “encontrar um caminho para resolver o problema grego e também um caminho de vigilância para não recair em outros países o mesmo problema.”
Sobre o presente recebido do presidente da Bolívia, Evo Morales, que representa uma foice e um martelo com um crucifixo cravado no meio dessa peça, o Santo Padre reafirmou tratar-se de uma obra do Padre Espinal, “uma arte de protesto, mas que eu não conhecia e não me ofende” – afirmou o Papa que explicou que o Padre Espinal era escultor e poeta e que perfilhava uma das linhas da Teologia da Libertação, das várias que havia nos anos 70 e 80 e que fazia “uma análise marxista da realidade”. É uma obra enquadrada numa “arte de protesto” – sublinhou o Papa Francisco.
Questionado sobre a falta de mensagens direcionadas para a classe média, o Santo Padre referiu ser algo sobre que vai pensar, não deixando de salientar que o mundo está, hoje em dia, muito polarizado entre os ricos e os muitos pobres, e os pobres estão no coração do Evangelho.
Neste encontro com os jornalistas ainda uma pergunta sobre a grande vivacidade do Papa Francisco no seu pontificado e, em particular, nesta viagem, e para a qual o Santo Padre respondeu com bom humor: “o mate (chá) ajuda-me. Mas não provei a coca. Isso é claro.” (RS)