Papa: “Jovens, não excluam ser missionários!”

“O Quênia bem representa o desafio global de nossos tempos: tutelar a Criação reformando o modelo de desenvolvimento de modo que seja justo, inclusivo e sustentável”, iniciou Francisco, definindo este país de riquezas naturais e espirituais, com tantos recursos que provêm da terra, das novas gerações e da sabedoria de seu povo. Sobre as injustiças entre riqueza e pobreza, disse que “é um escândalo, não só na África, mas aqui também”. Lembrando o lema da visita, “Sejam firmes na fé, não tenham medo”, o Papa mencionou a humildade e a simplicidade do povo e o sangue derramado pelos jovens da Universidade de Garissa, em abril passado, mortos por serem cristãos. “Que seu sangue seja semente de paz e fraternidade para o Quênia, a África e o mundo inteiro”, disse Francisco.

Uganda

Sobre a visita em Uganda, chamaram a atenção do Papa o valor do testemunho e a força animadora do Espírito Santo. Neste sentido, destacou o testemunho de caridade, do serviço dos catequistas, dos jovens e de todo o clero, consagrados e consagradas que renovam a cada dia o seu ‘sim’ a Cristo. Todas estas provas são um ‘fermento’ para a sociedade, como demonstra a eficaz obra realizada no país no combate à Aids e na acolhida aos refugiados.

República Centro-Africana

“A terceira etapa da viagem, a República Centro-africana, era na verdade a primeira, nas minhas intenções, porque o país está tentando sair de uma fase difícil, de conflitos violentos e muito sofrimento para a população. Foi por isso que quis abrir, uma semana antes, a Porta Santa do Jubileu da Misericórdia: como sinal de fé e esperança para aquele povo e para toda a África, que é convidada pelo Senhor a “passar a outra margem”: a margem da reconciliação, da paz e do progresso.

Falando aos fiéis sobre a última missa celebrada no estádio de Bangui, Francisco disse ter-se impressionado com a quantidade de jovens: mais da metade da população centro-africana tem menos de 18 anos.

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O convite aos missionários

A este ponto, Francisco quis falar sobre os missionários e sua vida dedicada a homens e mulheres, deixando tudo para trás.

E improvisando, contou sobre o seu encontro com uma religiosa, italiana e missionária de 81 anos que está desde os 23 anos na África. “Ela estava com uma menina que a chamava ‘vovó’. “Eu não trabalho aqui – disse. Viemos juntas do Congo, de canoa”. Que corajosa, hein?

“Sou enfermeira, estudei um pouco e virei obstetra. Fiz nascer mais de 3 mil crianças”, prosseguiu a religiosa. “Uma vida inteira pela vida dos outros. Como ela, existem tantos outros, religiosos, padres, missionários que ‘queimam’ suas vidas para anunciar Jesus Cristo. Isto é muito bonito. Gostaria de dizer aos jovens, que são poucos, pois a natalidade na Europa é um luxo (2/3%): pensem no que farão de suas vidas. A missionariedade não é proselitismo”.

A religiosa me disse que até os muçulmanos vão até elas, porque são boas e não fazem catequese para converter. “Jovens, não excluam a possibilidade de ser missionários e levar o amor, a humanidade, a fé, a outros países. Pensem nesta freira e em muitas e muitos outros. Peçam ao Senhor que os faça ouvir a sua vontade. A fé é pregada com o testemunho e a Palavra”, completou Francisco, em meio aos aplausos da Praça São Pedro.

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