Cidade do Vaticano (RV) – O grupo de 70 prefeitos de várias partes do mundo está reunido no Vaticano para discutir a nova forma de escravidão moderna, as mudanças climáticas e o desenvolvimento sustentável. O workshop foi transmitido pela internet durante esta terça-feira (21), e poderá ser acompanhado também nesta quarta (22) neste site.
Dentro da delegação de prefeitos brasileiros, quem fez uso da palavra na Casina Pio IV, sede das Pontifícias Academias de Ciência onde acontece o evento, foi o prefeito de Belo Horizonte (MG), Marcio Lacerda, presidente da Frente Nacional de Prefeitos (FNP). A entidade que Lacerda representa é composta por 200 cidades de médio e grande porte, incluindo as capitais. Eles trabalham para que o impacto social gerado pela urbanização acelerada e desordenada seja superado no Brasil.
Segundo o Papa Francisco, expressamente mobilizando as cidades através da Encíclida Laudato si, “a falta de contato físico e de encontro, às vezes favorecida pela desintegração das nossas cidades, ajuda a cauterizar a consciência e a ignorar parte da realidade em análises enviesadas. Isso às vezes convive com um discurso ‘verde’. Mas, hoje, não podemos deixar de reconhecer que um verdadeiro movimento ecológico se converte sempre num movimento social, que deve integrar a justiça nas discussões sobre o ambiente, para escutar tanto o clamor da terra como o clamor dos pobres”.
A delegação de prefeitos brasileiros preparou uma carta relatando os principais desafios enfrentados pelos governos locais e pedindo o reconhecimento da Organização das Nações Unidas (ONU) como atores fundamentais na promoção da sustentabilidade e do desenvolvimento humano. Ainda no documento, os prefeitos propõem a transferência de recursos e tecnologias dos países desenvolvidos aos países em desenvolvimento e que o repasse seja feito diretamente às cidades, tendo em vista o consumo de recursos naturais por aqueles países.
Foi o que o prefeito de São Paulo (SP), Fernando Haddad, descreveu no seu pronunciamento como uma ‘agência multinacional’ para a solução da fome e da miséria no mundo. Um esforço conjunto que equilibre ‘as agendas ambiental e social’, já que todas as cidades enfrentam problemas semelhantes.
(AC)
Fonte: Rádio Vaticano