A tradição da visita dos bispos a Roma, segundo a história, vem desde a mais remota antiguidade, encontrada principalmente na prática entre os bispos italianos, cuja jurisdição se mostrava mais próxima da Sé Apostólica.
Em princípios do século II, São Policarpo, discípulo de São João Evangelista, esteve em Roma para resolver com o Papa Aniceto a questão da festa da Páscoa. Em maio de 567, São Gregório Magno recordou o costume dos bispos visitarem, a cada três anos, a Sé Apostólica. Sob o Primado do Papa Zacarias (741-752), encontram-se decretos pedindo aos bispos da Sicília que fizessem uma visita a Roma pelo menos uma vez a cada três anos, período de tempo que depois foi alongado para cinco anos.
O caráter obrigatório das visitas foi expresso sob o Pontificado de Pascoal II (1099 – 1118) e principalmente através de decretos de Inocêncio III (1198-1216). O Concílio de Trento (1545-1563) e o Papa Sisto V (1585-1590) regularam a normativa referente à visita ad limina.
Deste modo, os bispos do Regional Centro-Oeste dão continuidade a uma antiga prática da Igreja Católica e das normas vigentes do Código de Direito Canônico: “Cada cinco anos o bispo Diocesano deve apresentar ao Romano Pontífice um relatório sobre a situação de sua Diocese” (cân. 399 § 1).
“NO ANO EM QUE DEVE APRESENTAR O RELATÓRIO AO SUMO PONTÍFICE, VÁ A ROMA…, PARA VENERAR OS SEPULCROS DOS SANTOS APÓSTOLOS PEDRO E PAULO, E APRESENTE-SE AO ROMANO PONTÍFICE” (CÂN. 400 § 1).
A Igreja é um corpo cuja cabeça é Cristo. Esta Igreja é visualizada pelo sucessor de Pedro. Por isso a Igreja é o instrumento da união íntima com Deus e da unidade de todo o gênero humano; sua unidade é origem de fecundidade para sua ação evangelizadora e é respaldo da credibilidade de sua missão, de acordo com a oração sacerdotal de Jesus, na qual pede a unidade para os seus e para que o mundo creia que Ele é o Enviado do Pai.
Desde os primeiros tempos, a Igreja foi se consolidando sobre a base de uma estreita união espiritual e formal entre os Apóstolos e seus sucessores, ao redor do Vigário de Cristo na terra, Pedro, e seu sucessor, o Papa.
A VISITA AD LIMINA É A EXPRESSÃO ATUAL DESSA ÍNTIMA RELAÇÃO E COMUNHÃO NA FÉ E NA MISSÃO.
Mas a visita contempla ainda outros significados que hoje são grandemente apreciados, à luz da doutrina do Concílio Vaticano II sobre a comunhão das Igrejas particulares entre si, e sobre a colegialidade e a corresponsabilidade de todos os bispos, juntamente com também por o todas Papa, para na as reavivar missão Igrejas” pastoral nos bispos (2Cor universal. 11,28). a consciência Com Solicitude efeito, “da que, a visita solicitude mesmo contribui não se realizando com atos de jurisdição, contribui para o bem de toda a Igreja (cf. LG 23). Esta realidade se percebe de maneira muito eficaz durante as reuniões nos dicastérios (departamentos) da Cúria Romana, quando os bispos dialogam com seus responsáveis.
Paulo VI justificava assim a visita ad Limina: “Como toda visita, se trata de um encontro, ou seja, de uma ocasião para falar, para estar juntos, para trocar, em nome de Cristo, o beijo santo da caridade e da paz” (cf. Discurso de 24-III-1.977).
Bento XVI afirma que a “visita ad Limina a Roma, é tempo de reforçar os vínculos de comunhão fraterna com o Sucessor de Pedro e por ele ser animado na condução do rebanho de Cristo” (cf. Discurso 12-IX-2010).
Francisco salienta a importância deste momento:
“… VISITA AD LIMINA APOSTOLORUM… SÃO DIAS DE REFLEXÃO E DE ORAÇÃO… FONTE DE RENOVAÇÃO E CULTIVO DO VÍNCULO DE COMUNHÃO ECLESIAL, A FIM DE RESPONDER ÀS EXIGÊNCIAS DE UMA AÇÃO CONJUNTA E COORDENADA NA PROMOÇÃO DO PROGRESSO ESPIRITUAL E MATERIAL DO POVO DE DEUS, CONFIADO AOS BISPOS” (CF. DISCURSO DE 28-V-2015).
Os bispos do Regional Centro-Oeste participaram da última “visita ad limina”, em novembro de 2010. A maioria irá fazer a primeira visita, mas outros já realizaram este dever pela segunda, terceira e até quarta vez. Entretanto, para todos é a primeira vez no pontificado do Papa Francisco. Nesses últimos anos, houve uma grande renovação do episcopado regional, de forma que desta vez a experiência eclesial vai oferecer novidades e esperança.
Fonte: Livreto – VISITA AD LIMINA – Regional Centro Oeste