Ter como medida o amor unificante! Se nosso jeito de amar não gera unidade verdadeira e sincera ele ainda não amadureceu. Medir-se a partir de um amor que une! Eis aqui uma necessidade muito atual para os tempos que estamos vivendo! Se o amor que eu vivo me une aos meus irmãos, os meus gestos e palavras manifestarão isso! O amor unificante se traduz em atos concretos, mas não exclui o dever de ser proclamado em palavras. Para citar uma situação concreta, o amor que unifica me faz ‘um’ com quem está perto e com quem está longe. Portanto, dos meus lábios não podem surgir palavras que traiam essa verdade. Quando estou diante de você, falo bem a seu respeito. Quando estou longe de você, devo ter o mesmo comportamento. Devemos abençoar sempre e em todas as circunstâncias. Jesus mesmo ordenou-nos isso! (cf. Lc. 6,28). Portanto, cabe a nós – dispostos ao amor unificante- falar sempre bem de todos. Pensar bem de todos. Julgar bem a todos. No lugar de olharmos de imediato os espinhos, olhemos as flores uns dos outros. Saber que um irmão estima nossa reputação e faz publicidade de nossa boa imagem, nos faz mais confiantes e capazes de viver a unidade sincera! Viver isso é antecipar o céu. No céu não há intrigas e desconfianças… a pureza e força dos relacionamentos manifestam O amor. O amor perene exige oração perene. Assim como para amar, orar em perenidade é um desafio, pois nosso coração normalmente se fixa em coisas e sentimentos passageiros, descartáveis. “Orai sem cessar!”, nos ordena o Senhor! (1 Tes. 5,17). Deus nos chama à perenidade.
O amor não é sentimento, o amor é decisão, eu me decido amar! “Me decido a fazer o outro feliz!” Nossa comunidade vive essa experiência no dia a dia, não é fácil! A decisão de amar passa pela mortificação de sua própria vontade, porque você ama, aceita, acolhe o outro do jeito que ele é, com suas “qualidades e defeitos”, isso não é algo tão simples como parece. Mas então como fazer? Nossa experiência como família espiritual que somos, é primeiramente buscar na oração, na Palavra de Deus, no clamor diário do Espírito Santo, a fortaleza para amar do jeito certo, como Nosso Senhor nos exortou “Amai-vos uns aos outros, assim como eu vos amo” (Jo 15,12). Como foi que Jesus amou? Amou com todo o Seu ser, de todo o Seu Coração, amou até a morte e morte de Cruz. Renunciou a Si pelo outro, e nós Comunidade Coração Fiel, procuramos viver esse amor, buscando a partilha, a transparência, o pedir e dar o perdão. Buscando aceitar o outro com suas limitações, compreendendo que cada pessoa é única e alvo do amor misericordioso de Deus e, quando eu amo o irmão, estou amando o próprio Deus que faz morada nele!
Nosso querido Papa Emérito Bento XVI, disse em uma mensagem aos jovens que “ O Remédio para as feridas da humanidade é amor…”. Nossa Comunidade quer testemunhar isso para você! Muitas das feridas que trazemos de nossas casas, são curadas na vivência da vida fraterna, que sem amor é impossível de ser vivenciada e de ser canal da cura para quem quer que seja! Lembrando que, tudo começa primeiramente em mim, depois transbordo para o outro e, se eu me deixar ser conduzido (a) pelo Espírito Santo de Deus, enxergar em mim mesmo (a), com certeza meu olhar será diferente para o irmão, porque vou descobrir que sou mais pecador (a) que o outro, por isso julgá-lo (a) será julgar a mim mesmo (a), ai sim conseguirei viver o amor perene, o amor que vai até as últimas conseqüências! Pense nisso e Comece isso, ainda hoje, em você!
Amarília Freire
Comunidade Coração Fiel