Os peregrinos russos, acompanhados pelo bispo auxiliar da Arquidiocese da Mãe de Deus em Moscou, dom Dubinin, se juntaram ao Papa Francisco em oração em Nursultan, capital do Cazaquistão, e retornam à Federação Russa esta sexta-feira, 16 de setembro. “A peregrinação poderia ser descrita como um concentrado da experiência da Igreja peregrina na Terra. Nesta viagem, representamos também esta Igreja peregrina, que é formada por diferentes pessoas e que nos reúne a todos juntos”, ressalta o prelado.
“Mesmo nas circunstâncias mais dramáticas, Deus deixa ao homem a esperança. Onde há Deus, há paz e unidade, e somos chamados a buscar esta unidade e esta paz, em primeiro lugar, em nossos corações.”
Foi o que disse o bispo auxiliar da Arquidiocese da Mãe de Deus em Moscou, dom Nikolaj Dubinin, durante a homilia da Missa que presidiu no segundo dia de peregrinação dos 78 católicos que viajaram da Rússia para o Cazaquistão por ocasião da viagem apostólica do Papa Francisco.
Chamados a levar unidade e paz aos outros
A celebração teve lugar na Catedral católica de Nossa Senhora de Fátima, no final da visita do grupo ao KarLag, um acrônimo que indica o sistema de campos de concentração estalinista de Karaganda.
“Não devemos esperar algo dos outros – continuou o bispo -, mas somos chamados a levar unidade e paz aos outros. Muitos dos prisioneiros no KarLag e outros lugares de sofrimento durante os anos de perseguição e totalitarismo, através da fé, foram testemunhas da graça de Deus, mesmo nessas circunstâncias desumanas. Eles não perderam Deus, não perderam a fé, a esperança e a caridade. Pelo contrário, em Deus eles encontraram a força.”
Testemunhas de fé em Cristo, até o fim
“O Senhor convida também nós hoje a sermos testemunhas e anunciadores da unidade e da paz. Ele mesmo nos dá a graça de buscar esta paz e esta unidade, de levá-las para nossas famílias, nossas comunidades, nossas Igrejas locais e de testemunhar e difundir este dom na sociedade. Desta forma, a Igreja torna-se um sinal profético da unidade de Deus e da paz na terra, dilacerada por conflitos e discórdias”, ressaltou.
A Catedral de Nossa Senhora de Fátima, consagrada em 2012, está situada no centro da área do KarLag, que na época estalinista era uma espécie de “estado dentro do estado” e cobria uma área pouco menor do que a da França. Durante a visita, as palavras deram lugar ao silêncio, e os peregrinos rezaram pelos muitos homens e mulheres que sofreram e deram testemunho de sua fé em Cristo, até o fim.
Uma experiência da Igreja peregrina na Terra
O grupo, que partiu em 12 de setembro, encontrou hospitalidade em várias comunidades católicas durante a longa viagem de ônibus para a antiga república soviética do Cazaquistão.
“A peregrinação – continuou dom Dubinin – poderia ser descrita como um concentrado da experiência da Igreja peregrina na Terra. Nesta viagem, representamos também esta Igreja peregrina, que é formada por diferentes pessoas e que nos reúne a todos juntos.”
Primeiro bispo católico de etnia russa
“No caminho, experimentamos as coisas mais diversas: alegria, sofrimento, beleza, hospitalidade e pobreza. Tudo isso nos conduz à busca mais importante de todas: a de nossa missão como indivíduos e em nossas comunidades. Nestes dias o Senhor nos faz encontrar diferentes comunidades no Cazaquistão, que são um sinal tangível de Sua presença”, disse o bispo auxiliar da arquidiocese moscovita.
Dom Nikolaj Dubinin, um franciscano conventual, foi nomeado bispo auxiliar da Arquidiocese da Mãe de Deus em Moscou pelo Papa Francisco em 2020 e é o primeiro bispo católico de etnia russa. Ele atualmente reside em São Petersburgo e é responsável pela parte noroeste e ocidental da Arquidiocese da Mãe de Deus. Os peregrinos, acompanhados pelo bispo Dubinin, se juntaram ao Papa Francisco em oração em Nursultan, capital do Cazaquistão, e retornam à Federação Russa esta sexta-feira, 16 de setembro.
(com Fides)
Fonte Vatican News