No Dia Internacional para a Eliminação Total das Armas Nucleares, arcebispo exorta Estados a cessar corrida armamentista e buscar segurança cooperativa
O secretário para as Relações com os Estados e Organizações Internacionais da Santa Sé, Dom Paul Gallagher, participou da Reunião de Alto Nível da ONU em Nova York, em comemoração ao Dia Internacional para a Eliminação Total das Armas Nucleares, nesta terça, 26.
Em seu discurso, ele agradeceu pela oportunidade de falar sobre o tema e alertou que “o risco de uma guerra nuclear está em seu ponto mais alto em gerações, com ameaças inconcebíveis de uso nuclear, enquanto uma corrida armamentista não cessa”.
“À medida que os Estados desperdiçam em armas nucleares os recursos necessários para as preocupações urgentes com o desenvolvimento, eles abandonam grande parte da arquitetura de controle de armas e desarmamento que sustenta a segurança internacional”, completou o arcebispo, que, citando o Papa Francisco, apontou que a eliminação total das armas nucleares consiste tanto em um desafio quanto em um imperativo moral e humanitário.
Tratado sobre a Proibição de Armas Nucleares
Na sequência, Dom Gallagher retomou a questão do Tratado sobre a Proibição de Armas Nucleares, aprovado durante a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) em julho de 2017 e que entrou em vigor em janeiro de 2021. Em novembro deste ano, acontecerá a Segunda Reunião dos Estados Partes do tratado em Nova York. A Primeira Reunião aconteceu em junho de 2022, em Viena, quando, entre outras decisões e ações, foi elaborado um Plano de Ação.
“A Santa Sé espera que a Segunda Reunião dos Estados Partes chegue a um acordo sobre outras medidas para avançar na verificação e nas obrigações positivas baseadas no Plano de Ação de Viena” e “reitera sua esperança de que, independentemente de suas posições em relação ao tratado sobre a proibição de armas nucleares, os Estados que dependem deste tratado possam se comprometer com o cumprimento de suas obrigações positivas”, manifestou o secretário vaticano.
O arcebispo também declarou que “as armas nucleares oferecem uma falsa sensação de segurança baseada em ‘uma mentalidade de medo’ que arrisca consequências humanitárias e ambientais catastróficas”. Por fim, indicou que a eliminação total das armas nucleares exige uma resposta coletiva baseada na confiança mútua, a fim de aprimorar a segurança cooperativa.
Fonte: Canção Nova