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    Ao comentar passagem de Francisco pela Mongólia, prefeito apostólico da capital do país afirmou que testemunho e discursos do Pontífice o fizeram próximo ao povo mongol

    O prefeito apostólico de Ulaanbaatar – capital da Mongólia, Cardeal Giorgio Marengo fez um balanço da 43ª viagem apostólica do Papa Francisco. A visita ao país do leste asiático foi concluída nesta segunda-feira, 4.

    “Peregrino da paz”, foi como o purpurado definiu o Santo Padre. Segundo ele, foram muitos os que ficaram impressionados com as palavras do Pontífice, que exaltou a beleza e o valor da história e do povo mongol.

    Cardeal Marengo destacou que o Papa deixou uma mensagem para o mundo e os países vizinhos: “Ele mostrou que nem tudo é determinado apenas pela lógica do cálculo, do poder, da prevaricação”.

    O sentimento após a passagem de Francisco pelo país é de satisfação. De acordo com o prefeito apostólico de Ulaanbaatar, e também um dos idealizadores da visita, os dias do Santo Padre na Mongólia deram “grandes resultados” para o presente e o futuro do país. O purpurado pontuou que alguns desses resultados são considerados “inesperados” para uma Igreja sem números expressivos e que não mediu esforços para organizar um acontecimento que marcou a história.

    Grande graça

    Cardeal Marengo foi o protagonista do consistório de 2022 devido à sua idade, 49 anos – que o torna o membro mais jovem do Colégio Cardinalício. O prefeito apostólico de Ulaanbaatar esteve ao lado do Papa em todos os acontecimentos que marcaram a visita. Em entrevista ao Vatican Media, o purpurado definiu a viagem como uma “grande graça” e “ um dom imenso” que foi muito além das esperanças e expectativas.

    Todo o trabalho de preparação para a viagem foi frisado pelo cardeal: “Não tínhamos os meios e as pessoas adequadas para um evento deste gênero”. Depois, comentou sua alegria em ter o Santo Padre no país. Deu um “testemunho tão humilde, simples e próximo que criou imediatamente uma harmonia com o povo, com pessoas de todas as origens possíveis”.

    Visita que tocou também os não crentes

    O prefeito apostólico de Ulaanbaatar comentou que o cerne da visita foi o encontro com a comunidade católica, mas para o resto da população, os não crentes ou de outras confissões, a passagem do Pontífice pelo país foi considerada muito positiva.

    Muitos falaram “sobre como o Papa conseguiu realçar a beleza, a originalidade deste povo. Seus discursos continham verdadeiramente elementos que faziam as pessoas sentirem orgulho de serem quem são, porque muito espaço foi dado à beleza, à riqueza deste povo, às suas tradições, à sua história”.

    Ver um líder religioso de renome mundial ir até a Mongólia e trazer uma mensagem de fraternidade, colaboração e harmonia “criou uma brecha no coração deste povo”, prosseguiu o cardeal. Para ele, Francisco também conseguiu se fazer conhecido entre o povo mongol, pois até às vésperas de sua vinda, o conhecimento sobre ele não era tão aprofundado, “talvez um pouco superficial”.

    Papel da Mongólia no estabelecimento da paz no mundo

    Sobre a atitude do Papa de frisar o papel internacional da Mongólia para a paz mundial, Cardeal Marengo primeiramente reforçou o testemunho de paz do Santo Padre e o pedido do mesmo por relações autênticas que possam criar condições para uma paz duradoura.

    Francisco, continuou o purpurado, disse como cada povo – independentemente do seu tamanho – tem a responsabilidade de construir a paz. “E os mongóis têm uma experiência disto com a Pax Mongolica, como o próprio Santo Padre mencionou. Foi uma realidade e talvez pudéssemos realmente aprender com essas experiências para o nosso presente”, sublinhou.

    Convite à liberdade religiosa e fortalecimento da Igreja na Mongólia

    O convite à liberdade religiosa, ao respeito pelos direitos e à coexistência pacífica entre as religiões também partiu do Papa. O desejo é que as sementes destes apelos cresçam, criem raízes e se tornem cada vez mais uma realidade, afirmou o prefeito apostólico de Ulaanbaatar.

    “Que estas mensagens transmitidas com coragem, com paresia e com franqueza, se tornem também programas concretos de vida e de colaboração. Temos boas esperanças de que tudo isso se torne verdadeiramente um caminho, um caminho concreto, porque sabemos que também este país cumpre as suas promessas. Portanto, temos certeza de que haverá resultados positivos”.

    Para o futuro, a expectativa do cardeal é que a Igreja no país cresça ainda mais no aprofundamento da fé, na redescoberta da mesma e na capacidade de expressá-la e vivê-la. “É um presente e também uma responsabilidade para todos nós”, pontuou. “Um olhar voltado para o Senhor”, é o que desejou o purpurado para os católicos na Mongólia.

    Fonte: Canção Nova