O Papa Francisco enviou, nesta terça-feira, 5, uma mensagem aos líderes de Instituições e Organizações de Ajuda à Igreja na América Latina. Eles estão reunidos desde a segunda-feira, 4, em Bogotá, na Colômbia. O encontro se estenderá até a sexta-feira, 8.
No texto, o Pontífice refletiu sobre o tema da gratuidade. Ele observou que, quando uma pessoa faz algum esforço, é natural esperar por um resultado para não considerar que o trabalho foi em vão ou um fracasso. Contudo, “essa percepção parece ser contrária à gratuidade”, comentou, “que evangelicamente se define como dar sem esperar nada em troca” (cf. Lc 6,35).
Ao questionar como conciliar essas duas dinâmicas, o Santo Padre propôs usar a técnica jornalística do lead, buscando compreender melhor este processo por meio das seguintes questões: “Quem dá? O que se dá? Onde se dá? Como se dá? Quando se dá? Por que se dá? Para que se dá?”.
Desta forma, começou indicando que quem dá a gratuidade é Deus, “e nós somos apenas administradores dos bens recebidos”. Ao responder sobre o que o Senhor dá, Francisco afirmou que “tudo o que temos ou é Deus, ou é prova e penhor do Seu amor”, sinalizando que “se perdermos essa consciência ao dar e também ao receber, iremos perverter sua essência e a nossa própria”.
Partindo para o questionamento sobre onde acontece a entrega do Senhor, o Papa recordou que Ele tem Se doado aos homens desde a criação, “permanecendo fiel apesar das repetidas infidelidades”, “com Sua encarnação, Sua cruz, Seus sacramentos”. Ele frisou que “Deus Se dá, em uma palavra, no meio do Seu povo”.
Imitar Jesus ao se doar
Em relação às perguntas “como?” e “quando?”, o Pontífice pontuou que Deus Se dá sempre e totalmente, sem impor limites. “Na Sagrada Comunhão, não recebemos um pedacinho de Jesus, mas todo Ele em corpo e sangue, alma e divindade. É isso que Deus faz, até o ponto de Se tornar pobre por nós, a fim de nos enriquecer com Sua pobreza (cf. 2Cor 8,9)”, declarou, acrescentando que “a gratuidade é imitar o modo de Jesus se doar por nós, seu Povo, sempre e totalmente, apesar da nossa pobreza”.
O porquê apontado pelo Santo Padre é o amor, que “tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta” (cf. 1 Cor 13,4-7). Por fim, ele terminou sua reflexão destacando para que a força da generosidade é importante na prática diária das Instituições e Organizações de Ajuda à Igreja na América Latina:
“O esforço não é inútil, porque tem um fim. Ao nos doarmos assim, imitamos Jesus, que se entregou para salvar todos nós. Abraçar a cruz não é um sinal de fracasso, não é um trabalho em vão, é nos unirmos à missão de Jesus de levar ‘a Boa Nova aos pobres, proclamar a liberdade aos presos e a recuperação da vista aos cegos, libertar os oprimidos’” (cf. Lc 4,18), concluiu Francisco.
Fonte: Canção Nova